Um subchefe dos Bombeiros de Alfândega da Fé - que foi detido em setembro de 2019 por atear seis fogos - vai agora aguardar julgamento em prisão domiciliária. A decisão foi tomada pelo Tribunal da Relação de Guimarães, isto depois de o procurador não se ter conformado com a libertação do homem, de 39 anos. O acórdão, que altera a medida de coação, deixa claro que o arguido ateou os fogos para tentar "ascender na carreira".
A investigação apurou até ao momento que o bombeiro incendiava em períodos temporais nos quais lhe fosse possível ser Comandante Operacional de Socorro. Pretendia assim evidenciar-se no terreno.
O subchefe foi detido por provocar seis fogos florestais no verão do ano passado. Foram mobilizados, no total, 389 operacionais e 108 meios de combate. Depois de detido pela PJ de Vila Real, ficou sujeito a apresentações diárias à GNR, suspenso de funções e proibido de frequentar zonas de mato ou de comprar produtos que possam ser usados para atear incêndios. O procurador recorreu e invocou o risco de continuação da atividade criminosa e o alarme social.
Os juízes deram-lhe razão. "Em situações de aflição, nomeadamente de incêndio, os bombeiros adquirem, para muitos, o estatuto de anjos da guarda, porque neles confiam. Ora, quando é precisamente um bombeiro que ateia incêndios, a desilusão, a desconfiança, o medo e a intranquilidade adquirem proporções muito maiores", diz o acórdão.
Fonte: Correio da Manhã
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