Comandante dos Bombeiros de Baltar Demitiu-se do Cargo para Proteger o Corpo Activo - VIDA DE BOMBEIRO

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domingo, 12 de janeiro de 2020

Comandante dos Bombeiros de Baltar Demitiu-se do Cargo para Proteger o Corpo Activo


Os problemas na Corporação dos Bombeiros de Baltar parecem estar longe de estar resolvidos.

Num comunicado enviado à imprensa pode ler-se o seguinte:

"No passado dia 12 de novembro de 2019, foi publicada uma notícia em vários jornais a dar conta do pedido de exoneração por parte do Comandante Delfim Cruz e restantes elementos do comando dos Bombeiros Voluntários de Baltar, tendo sido ouvido para o caso o Sr. Presidente da direção, José Alberto Sousa.

Gostaríamos de clarificar este assunto, que foi abordado de forma muito superficial e simultaneamente para com o corpo ativo, que tudo tem feito para defender o bom nome da instituição.

O problema remonta-nos a março de 2018, altura em que o quartel estava literalmente destruído para dar lugar às obras de requalificação das instalações. Nessa altura, houve nomeação do comandante para 3 novos elementos de comando. Logo na reunião de chefias, onde terá sido comunicada a decisão do comandante sobre quem seriam os elementos nomeados para ocupar os restantes cargos (um 2º comandante e três adjuntos de comando) foi manifestado o descontentamento relativamente à escolha de um elemento. As chefias demonstraram o seu desagrado e muitos deles disseram que se essa decisão fosse avante fariam pedido de exoneração. Nessa mesma noite, o Sr. Comandante enviou mensagem para todos os bombeiros a informar que se não respeitássemos a sua opção, o seu percurso terminava ali. 

Uma semana depois, os bombeiros num ato de reconhecimento e mérito do comandante pelo trabalho desempenhado até ali, cedem ao seu pedido e aceitam a sua condição para que fique (os bombeiros aceitaram a escolha, mas fizeram questão de informar que tal como as chefias, também não concordavam com a escolha). Posto isto, o comandante assumiu diante de todos que se responsabilizava e tomava medidas caso a pessoa mencionada tivesse uma conduta imprópria (situação esta já com precedentes, daí que fosse da opinião geral que a mesma não deveria ter um cargo de comando). 

O comandante nomeia então os elementos que entende serem os ideais para a sua equipa, com o apoio dos bombeiros e de alguns elementos das chefias que acabam por ceder e aceitar a condição, outros, tal como havia sido dito, pediram exoneração (3 oficiais bombeiros e 2 chefes). 

Desde que o elemento de comando elencado tomou posse, foram muitas as situações de, passamos a citar: abuso de poder; criação de conflitos; falta de capacidade de liderança; falta de bom senso e falta de honestidade. 

A par desta situação, em meados de agosto deste ano, notou-se uma ausência ímpar por parte do comandante, fazendo com que não entrasse nas instalações por um período superior a 1 mês. Esta situação, exacerbou a anteriormente exposta, uma vez que, sem o comandante presente no quartel se proporcionou o momento ideal para ampliar o seu comportamento impróprio para com os que com ela tiveram que garantir o socorro da população.

 Foi no dia 4 de outubro, sexta-feira, e em plena formatura que nos foi comunicado pelo Sr. Comandante que na origem da sua ausência estariam desentendimentos entre si e o Sr. Presidente da direção. O clima de descontentamento por parte dos bombeiros era visível na face de todos e nessa mesma formatura comunicamos o nosso desagrado relativamente ao comportamento deste elemento de comando. O Sr. Comandante referiu ainda que não era o local para termos aquela conversa e marcou uma reunião com o corpo ativo para o dia 10 de outubro.

Na reunião expusemos todas as situações que entendíamos serem pertinentes para a instituição, tanto na dimensão humana como as que punham em causa o bom nome da associação. 

Elaboramos um documento interno onde expomos essas reclamações, com 68 assinaturas – número, este, que não representa o número de pessoas descontentes, dado que há bombeiros assalariados igualmente insatisfeitos mas que não assinaram com medo de represálias. No mesmo documento é sugerido que esse elemento pedisse exoneração do cargo.

O objetivo dos bombeiros do corpo ativo era arranjar uma solução que garantisse a harmonia entre todos, de forma a assegurar as necessidades da população. Nunca foi objetivo dos bombeiros que o Comandante pedisse exoneração.

Tendo o comandante se responsabilizado diante de todos por toda e qualquer conduta imprópria que aquele elemento pudesse demonstrar e fazendo jus à sua promessa “se um dia eu pedir exoneração, todos os elementos do comando o farão, porque quem vier para o meu lugar, tem o direito de escolher a sua equipa”, palavras do comandante Delfim Cruz que, a seu ver, não teve outra hipótese que não o pedido de exoneração."

O presidente da associação humanitária, José Alberto Sousa, confirmou ao Jornal a Verdade, que se vivia um período de “mau-estar” dentro da instituição e adiantou que “o que acontece é que o comandante estará desagradado com o corpo de bombeiros”.

José Alberto Sousa afirmou ainda que “este é um processo recorrente” dentro deste “tipo de associações” e que, “periodicamente, criam-se grupos de reivindicações”.

O presidente da instituição afastou a ideia de que a decisão estaria ligada a conflitos entre o comando e a direção e justificou que têm sido feitos investimentos constantes na formação, em viaturas e na criação de condições para “melhorar a capacidade de resposta” do corpo ativo, e deu como exemplo a requalificação do quartel, obra inaugurada no ano passado.

Apesar do pedido de exoneração, José Alberto Sousa garantiu que as boas relações entre a direção e o comando se mantêm e que o comandante Delfim Cruz “vai passar para o Quadro de Honra, tendo em conta os ótimos serviços prestados durante muitos anos”.

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