A PJ de Vila Real terá usado uma prece a Santa Eufémia para sustentar a prova de que um empregado de limpeza da câmara de Penedono ateou três incêndios florestais, a 30 de junho e a 13 de agosto de 2017, em Penedono, e a 13 de abril do ano passado, em Sernancelhe. Com base neste escrito e em outras provas recolhidas, o homem de 27 anos está preso a aguardar julgamento.
A defesa do homem apresentou um recurso a pedir a nulidade dessa prova. A prece, que ficou registada num livro do Santuário de Santa Eufémia, em Penedono, e que foi fotografada pela Judiciária, será da autoria da mãe do suspeito: "Santa Eufémia peço-te que ajudes o meu filho na caminhada da sua vida, que tenha saúde e que perca o vício dos fogos e que seja sociável. Te amo".
Esta prece está na base da polémica, uma vez que o advogado considera que não tem valor. "É certo que não é a única prova. Porém, no nosso entender esta, em concreto, não deve ser valorada pelo Tribunal. A PJ nem fez perícia à letra e por isso avançamos com o pedido de anulação", explicou ao CM Filipe Santos Marques.
A PJ apresentou outras provas, mais sustentadas, como por exemplo uma troca de mensagens de telemóvel entre o suspeito e alguns amigos em que se gaba de ter ateado os fogos, com recurso a um isqueiro.
Para o Tribunal existia o perigo da continuação da atividade criminosa e por isso decidiu aplicar-lhe a medida de coação de prisão preventiva. O incêndio ateado no ano passado consumiu 18 hectares de mato.
Fonte: Correio da manhã
Sem comentários:
Enviar um comentário