Recentemente, com eventuais pretensões mal explicadas, e sabe-se lá com que lógica e intenção, um jornal diário anunciava que “Falta de técnicos obriga o INEM a entregar socorro aos bombeiros”.
Tratou-se, na verdade, de uma não notícia sobre o pré-hospitalar e o funcionamento do Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM) que cabe ao INEM gerir e aos bombeiros participar.
Não pretendemos escalpelizar as eventuais razões que terão conduzido à dita notícia. Cabe-nos apenas nomear que a consideramos “não notícia” ou “não novidade” por que na realidade é isso que já acontece há muito e, face aos resultados, muito bem.
A Federação de Lisboa veio, a propósito da dita “não notícia”, corroborar aquilo que a própria Liga dos Bombeiros Portugueses e o seu presidente vêm dizendo há muito, e o próprio INEM atesta e reconhece. Os Bombeiros Portugueses, ao nível dos postos de emergência médica (PEM) ou postos de Reserva, respondem a mais de 85 por cento dos pedidos de socorro canalizados através dos centros de orientação de doentes urgentes (CODU) do mesmo INEM.
Aquilo que repetidamente a LBP tem dito, foi agora também reiterado pela Federação de Lisboa, é uma evidência que, de facto, só constitui notícia pela positiva por que é prova provada de que os bombeiros em termos quantitativos e qualitativos têm respondido afirmativamente aos pedidos de socorro dos portugueses, também no caso do pré-hospitalar, e aqui sob a coordenação do INEM, bem como em todos os outros domínios da prevenção e socorro.
Portanto, aquilo que supostamente a notícia pretenderia fazer crer como crítica ao INEM, na prática, não passa de mais um testemunho da realidade vivida no nosso país, ao segundo, ao minuto, à hora, de cada dia do ano.
E se, mesmo que veladamente, se pretendesse menorizar ou desvalorizar o papel dos bombeiros na prestação do socorro em substituição do INEM, quer a evidência dos números e a expressão que isso mesmo têm, e a avaliação muito positiva que é feita da sua prestação afinal só enaltece e exalta a competência dos bombeiros e a sua mais valia no SIEM. E tudo o resto, de mera poeira, que se quiser fazer crer à margem da verdade, mais não é do que um exercício vencido e falseado da realidade.
Todos sabemos que é comum estabelecer-se a confusão quando uma ambulância com os dizeres INEM chega ao local de uma ocorrência. De facto, habitualmente, trata-se de uma ambulância do INEM mas operada exclusivamente por bombeiros. Daí, a meu ver feliz, a mudança cromática operada nas ambulâncias INEM utilizadas pelos bombeiros, que pôs termo à falsa leitura que antes era habitual acontecer, estabelecendo agora a descriminação positiva que urgia fazer, permitindo com justiça e rigor chamar o seu a seu nome e fazendo a destrinça entre quem faz o quê, quando, em que circunstâncias, mas sempre em prol do bem comum.
Por isso, lembre-se, por maioria de razão, a participação dos bombeiros no âmbito do SIEM, e o peso específico e expressivo que ela representa, em mais de 85 por cento da actividade do INEM.
LBP
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