Demitiu-se, esta quarta-feira, o secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, por motivos pessoais.
O ministro da Administração Interna aceitou o pedido de exoneração e transmitiu a decisão ao primeiro-ministro, informou o ministério em comunicado.
O ministério da Administração Interna, a Secretaria de Estado da Proteção Civil e a sede da Autoridade Nacional de Emergência da Proteção Civil (ANPC) foram esta quarta-feira de manhã alvo de buscas por parte da Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da Polícia Judiciária, devido à compra das 70 mil golas antifumo inflamáveis, no âmbito do programa “Aldeia Segura”.
O Jornal de Notícias noticiou, em julho, que 70 mil golas antifumo fabricadas com material inflamável e sem tratamento anticarbonização, que custaram 125 mil euros, foram entregues pela Proteção Civil no âmbito dos programas “Aldeia Segura”, não tendo a eficácia que deveriam ter – evitar inalações de fumos através de um efeito de filtro. Foram quase duas mil povoações, ao abrigo do programa de autoproteção das populações, que receberam estes e outros equipamentos, como coletes refletores, compostos por materiais combustíveis.
O JN avançou depois que a Proteção Civil pagou mais do dobro pelas 70 mil golas antifumo à empresa Foxtrot do que aquilo que custariam a valores normais. Por cada um destes equipamentos a ANEPC deu 1,80 euros, num total de 125 706 euros, sendo que, apurou o JN numa consulta ao mercado, o valor por peça ronda entre 63 e os 74 cêntimos (com IVA).
A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) reagiu, justificando que os materiais distribuídos no âmbito dos programas não são de combate a incêndios nem de proteção individual, mas de sensibilização de boas práticas.
Fonte: JN
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