Importa Que Se Saiba - VIDA DE BOMBEIRO

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sábado, 10 de agosto de 2019

Importa Que Se Saiba


Todos sabemos que a qualquer hora do dia ou da noite há sempre bombeiros em movimento para prestar socorro e apoio a qualquer cidadão que deles precise.

Trata-se de uma certeza que todos temos, mas que, em abono da verdade, importa que, apesar disso, seja objeto do destaque que incontornavelmente os bombeiros merecem.

É tão verdade e tão convicção generalizada na sociedade portuguesa que os bombeiros estão em todas as situações de socorro que, até por isso, se corre o risco de ver vulgarizado e até desvalorizado esse facto. Porque já é rotina, porque já se conta com isso, porque já é comum.

Ora, cabe-nos defender que, apesar de comum e até rotina, é importante que os portugueses saibam regularmente quantos bombeiros estiveram em ação e em que circunstâncias.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, pelos vistos, também não divulgava quantos bombeiros intervieram nas mais diversas ações, conforme se passava semanalmente no briefing que se realiza em Carnaxide na presença dos oficiais de ligação de todos os parceiros da proteção civil.

Semanalmente, a ANEPC divulgava um mapa onde identificava todos os tipos de intervenções registadas durante a semana anterior e o número global de operacionais que nelas tomaram parte. Esse número, contudo, era genérico e não se encontrava desagregado, como era lógico e correto fazê-lo. Essa desagregação deveria permitir saber, perante um número total de operacionais, quantos bombeiros e outros fazem parte do total.

Para nós, não era uma questão de somenos importância e, com regularidade, fomos chamando a atenção da ANEPC, não só para o facto, mas essencialmente para a exigência de que essa situação fosse resolvida. De um número genérico de operacionais queríamos saber com rigor quantos bombeiros tinham estado presentes.

Por mera extrapolação, a ANEPC considerava que, do número global de operacionais, 90 por cento seriam bombeiros. Mas o que importava é que, definitivamente, se passasse do mero campo das hipóteses ou extrapolações e se centrasse apenas no campo das certezas.

Por diversas vezes, e por maioria de razão, a Liga dos Bombeiros Portugueses chamou a atenção para essa clamorosa falta de informação cuja importância e utilidade são inquestionáveis.

Em cada intervenção, todos sabemos que os corpos de bombeiros informam os respetivos CDOS sobre a tipologia, número de viaturas e de bombeiros envolvidos. Essa informação, sempre prestada e registada informaticamente, pelos vistos acabava por não ser devidamente tratada e não permitiria o apuro final e nacional dos bombeiros envolvidos.

Por sugestão da LBP, o Instituto Nacional de Emergência Médica também já desagrega semanalmente do número geral de intervenções quantas couberam aos bombeiros. E, inclusive, faz até a destrinça entre as intervenções realizadas por associações e corpos de bombeiros enquanto Posto de Emergência Médica (PEM) ou Reserva.

Numa determina semana, por exemplo, é possível saber que coube aos bombeiros executar 13564 de 16082 intervenções pré-hospitalares, ou seja, perto de 85 por cento. E, se partirmos desses números facilmente também podemos concluir que estiveram envolvidos, pelo menos, 27128 bombeiros a operar as ambulâncias de socorro, fora muitos outros que os acompanham tantas outras vezes.

Ora, se o INEM consegue obter e divulgar de forma detalhada os dados relativos ao número de serviços prestados pelos bombeiros, na opinião da LBP, a ANEPC também deveria fazer o mesmo.

Trata-se de respeitar e ser fiel à verdade. Não só os bombeiros merecem ser mais bem tratados como importa que todos os portugueses saibam regularmente o que eles fazem.

Todos sabemos que os bombeiros são muitos e bons e importa que isso seja dito. Contudo, deve ser dito também com rigor e transparência. E, mesmo que possa ser considerado óbvio e consensual, nada poderá ou deverá ficar por ser dito e melhor conhecido.

Ora, após muita insistência da LBP eis que agora, finalmente, é possível obter a informação tão desejada, ou seja, saber quantos bombeiros e viaturas intervieram nos muitos teatros de operações.

E os números relativos aos bombeiros que agora passaram a ser conhecidos mais não são que a forma direta de corroborar e validar que a sua participação na prevenção e socorro em geral ronda os 98 por cento, sendo que nos teatros de operações de combate a incêndios rurais a presença dos bombeiros em equipamentos, viaturas e recursos humanos é de cerca de 90 por cento. Veja-se o caso do registo de ocorrências de uma das últimas semanas em que dos 49 mil operacionais no geral envolvidos mais de 38 mil eram bombeiros, e com a utilização de mais de 13 mil das suas viaturas.

Ao corresponder à solicitação da LBP a ANEPC mais não faz do que cumprir a sua obrigação de informar com rigor e clareza sobre o papel dos Bombeiros Portugueses no âmbito da Proteção Civil em Portugal. A opinião unânime de todos sobre a matéria é agora reforçada com os números que o testemunham e comprovam.

LBP

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