O Hospital de Faro e o de Portimão pediram transportes médicos, por helicóptero, de vítimas graves para Lisboa, na noite deste sábado.
Apesar da urgência, nenhuma aeronave levantou voo. O héli de Loulé tinha sofrido uma avaria – reparada entre as 21h00 e as 00h00, tendo ficado operacional pela manhã – e o de Évora não levantou voo porque a equipa de pilotos da Babcock – empresa que tem contrato com o INEM para fornecimento de hélis e pilotos – entraria em excesso de horas entre as 02h00 e 06h00, por ter trabalhado na noite anterior. Um cenário que deixou metade do País sem socorro aéreo.
Com apenas dois helicópteros disponíveis, em Santa Comba Dão e Macedo de Cavaleiros, e muito distantes para serem acionados, as equipas médicas viram-se obrigadas a fazer uma transferência por terra, solicitada pelo Hospital de Faro, na mesma noite.
Tratava-se de um homem vítima de um acidente de viação em Aljezur. Já o outro transporte, pedido pelo Hospital de Portimão, foi adiado para a manhã deste domingo, altura em que já havia helicóptero. Foi a de um homem atacado à machadada pela mulher.
Se o caso de Loulé se deveu a uma avaria do helicóptero inesperada – e não de uma manutenção agendada –, já o que se passou em Évora é um caso que se tem vindo a repetir nos últimos tempos.
O Correio da Manhã sabe que em alguns casos o héli tem ficado em terra, porque a equipa de pilotos excede as horas de voo. E, em muitos casos, não há outra equipa disponível.
Questionado pelo CM, o INEM diz que tanto a manutenção das aeronaves como "os períodos de inoperacionalidade por excesso de horas de voo dos pilotos são da inteira responsabilidade da empresa Babcock".
Preparados para o transporte dos doentes
Apesar da inoperacionalidade das aeronaves estacionadas em Loulé e Évora, o INEM tinha nas escalas de serviço dos dois locais equipas médicas disponíveis para fazer o transporte de doentes para o destino.
Tal só não aconteceu devido à avaria em Loulé e à impossibilidade da equipa de pilotos de Évora.
Empresa responsável nos dois casos
O INEM esclareceu o CM que, segundo informação dada pela Babcock, "o helicóptero de Loulé esteve inoperacional para manutenção não programada (reparação de uma pequena avaria) durante cerca de 3 horas, entre as 21h00 e as 00h00 horas".
E os pilotos de Évora estiveram inoperacionais "por excesso de horas de voo dos pilotos entre as 02h00 e 06h00 de 25 de agosto". Quanto aos dois transportes da noite de sábado, o INEM disse ao CM que eram transportes secundários (entre unidades de saúde).
"Os doentes estiveram sempre, e a cada momento, devidamente acompanhados por equipas médicas altamente diferenciadas (dos hospitais de origem e do INEM) que os estabilizaram, trataram e acompanharam", garantiu o INEM.
Fonte: Correio da Manhã
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