Sapadores de Setúbal e Sindicato Concentram-se Contra Repressão no Quartel - VIDA DE BOMBEIRO

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terça-feira, 25 de junho de 2019

Sapadores de Setúbal e Sindicato Concentram-se Contra Repressão no Quartel


Cerca de duas dezenas de bombeiros sapadores de Setúbal concentraram-se esta terça-feira de manhã junto à câmara municipal com o STAL para exigir melhores condições de trabalho e o fim do "ambiente de repressão que se vive no quartel".

Paulo Pires, bombeiro há 20 anos na corporação considera que chegou a hora de dizer basta e admite que há um clima de divisão dentro da companhia. A autarquia nega qualquer repressão e represálias, depositando inteira confiança no comandante, e critica o STAL por não exigir ao Governo aquilo que "é realmente importante", a aprovação do Estatuto Profissional dos Bombeiros das Autarquias Locais.

Para Paulo Pires, "há os que acatam as ordens do comandante Paulo Lamego e são beneficiados por isso e há os que são colocados de castigo quando não cumprem aquilo que lhes é exigido, como a realização de exercícios dentro do quartel que vão para além do exigido na avaliação dos profissionais". O castigo, refere o bombeiro, passa pela recusa do pagamento de horas extraordinárias, a alteração de horários de forma arbitrária, ou a recusa do gozo de licenças de paternidade nos moldes em que a lei permite. "Há casos em que viaturas partem para uma ocorrência com bombeiros que recebem horas extraordinárias e outros que não, o que faz com que dentro desse carro haja muito mau ambiente entre os colegas", prossegue o bombeiro.

Paulo Pires aponta ainda para o desvio de operacionais para outras tarefas que não são da competência dos sapadores. "Há um caso em que bombeiros que estavam a combater um incêndio urbano a 19 de maio foram retirados do teatro de operações para ir buscar vereadores ao aeroporto", denuncia.

Patrícia Teixeira, dirigente regional do Sindicato dos Trabalhadores das Autarquias Locais (STAL), aponta ainda para bancos de horas ilegais, com bombeiros a acumular mais de 150 horas para gozar, o desrespeito do Acordo Coletivo de Entidade Pública e exige a elaboração de uma escala de trabalho anual, tal como era realizado há anos.

Confrontada com estas denúncias, a autarquia setubalense diz ser falso qualquer clima de repressão, bem como o não pagamento de horas extraordinárias, admite ser necessária a apresentação de provas sobre as ilegalidades denunciadas e deposita total confiança no comandante dos bombeiros sapadores de Setúbal. "O comandante Paulo Lamego é uma das figuras com mais relevo em Portugal e pauta o seu trabalho pela garantia e eficácia do socorro à população", explicou Carlos Rabaçal, vereador da proteção civil na autarquia.

O autarca nega a reposição de uma escala anual, como o sindicato exige, e defende-se pela despesa que tal acata. "Há oito anos alterámos as escalas que eram feitas anualmente e representavam um gasto enorme e não vamos voltar ao mesmo", referiu. Carlos Rabaçal critica ainda o STAL por não apontar as suas armas àqueles que realmente prejudicam os bombeiros. "É estranho ver o sindicato a procurar problemas dentro da companhia quando não faz vigílias junto à Assembleia da República para exigir a publicação do Estatuto Profissional dos Bombeiros das Autarquias Locais e todas as questões associadas, como as reformas e a atualização salarial".

Os bombeiros queixam-se ainda de em dezembro terem sido realizadas promoções internas que beneficiaram aqueles que estavam do lado do comandante, porém, Carlos Rabaçal explica que essa promoção foi uma medida que já estava planeada. "Nessa altura ativámos um mecanismo legal para a mobilidade intercategorias, de ​​​​​​​sub chefes para chefes, e estamos agora prestes a lançar novo concurso público para aqueles que ficaram de fora".

Fonte: JN

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