Vários países da Europa central vão bater recordes de temperaturas. Pelo menos três pessoas já morreram em França vítimas de choque térmico.
Dias depois do início do verão, a primeira onda de calor do ano chegou à Europa.
Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), a combinação de vários fatores, como a duração, que pode chegar aos seis dias; as altas temperaturas e a altura do ano em que acontece, faz com que esta seja uma onda de calor sem precedentes em junho.
A culpa é de uma massa de ar muito quente e seca proveniente de África, que combinada com pó faz aumentar a sensação térmica - a chamada "bolha do Saara".
Portugal escapa ao fenómeno graças a uma depressão proveniente do Atlântico, com chuva e temperaturas amenas, mas em vários países no centro do continente europeu as temperaturas já excederam os 40ºC esta quarta-feira.
O pico da onda de calor será sentido esta quinta-feira e poderá ser "mortal", alerta a OMM.
França é um dos países mais problemáticos. Pelo menos três pessoas - uma mulher de 62 anos e dois homens de 70 e 75 anos - morreram esta quarta-feira em praias no sul do país, vítimas de paragem cardíaca provocada por choque térmico ao entrar na água fria do mar.
As autoridades temem que se repita o cenário de 2003, ano em que se registaram 15 mil mortes relacionadas com o calor, depois de oito dias consecutivos de temperaturas acima dos 40ºC.
O plano de contingencia inclui a instalação de de fontes temporárias e a distribuição de água a pessoas vulneráveis; os exames escolares foram adiados e as piscinas públicas estarão abertas até mais tarde.
Também em dez províncias de Espanha já foi decretado alerta laranja, mas prevê-se que o nível de alerta possa elevar-se este fim de semana a vermelho, o nível máximo, em Madrid e nos vales dos rios Ebro, Tejo, Guadiana e Guadalquivir.
A maior parte do país vai ter temperaturas entre 5 e 10 graus acima do normal e em alguns pontos do país chegarão mesmo a atingir 15 graus acima do habitual para esta época do ano.
"O inferno está a chegar", descreveu a meteorologista do canal espanhol RTVE Silvia Laplana.
Em Itália antecipa-se "a onda de calor mais intensa da década" e os hospitais estão a reforçar meios para lidar com uma maior afluência às urgências.
As temperaturas vão bater recordes também na Alemanha, com Berlim, Frankfurt e Hamburgp especialmente alertas. Aqui teme-se que bombas da Segunda Guerra Mundial por explodir, enterradas em parte incerta, possam ser detonadas devido ao calor.
O risco de incêndio é maior em todos estes países e as temperaturas extremas podem provocar danos e fendas no asfalto das estradas e danificar linhas ferroviárias, o que pode motivar descarrilamentos e acidentes.
As autoridades recomendam a população que evite sair de casa durante longos períodos de tempo entre as 11h e as 15h; a permanecer à sombra no exterior; a usar protetor solar, chapéu e óculos de sol; a ingerir líquidos com regularidade e a ter especial atenção com os mais vulneráveis - crianças, idosos e pessoas com doenças que comprometam o sistema imunitário, assim como com os animais de estimação.
Consequência das alterações climáticas, as ondas de calor cada vez mais frequentes e prolongadas vão tornar-se "o novo normal", alertam os especialistas consultados pelo New York Times.
Fonte: TSF
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