GPIAAF Quer que Regulador Garanta "Escrupulosa" Avaliação de Meios Aéreos - VIDA DE BOMBEIRO

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segunda-feira, 24 de junho de 2019

GPIAAF Quer que Regulador Garanta "Escrupulosa" Avaliação de Meios Aéreos


O organismo que investiga acidentes com aeronaves alertou a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) para que garanta "um escrupuloso processo de avaliação técnica" dos meios aéreos contratados pelos operadores para o combate aos incêndios rurais.

O alerta do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e de Acidentes Ferroviários (GPIAAF) surge após detetar falhas do piloto e da gestão operacional e organizacional da empresa Everjets na queda do Eurocopter AS350, em julho de 2017, quando se preparava para combater um incêndio no concelho de Alijó, distrito de Vila Real.

"O regulador (ANAC) deverá estar atento à introdução dos equipamentos [meios aéreos] em elevado número e diversidade nas operações nacionais, garantindo um escrupuloso processo de avaliação técnica, por forma a minimizar os riscos da aparente inevitabilidade de reforço de frota dos operadores, para fazer face aos desígnios nacionais", sublinha o relatório do GPIAAF, a que a agência Lusa teve hoje acesso.

Apesar de concluírem que não se demonstrou necessária a emissão de recomendações de segurança na sequência deste acidente, os investigadores do GPIAAF consideraram relevante fazer este pedido à ANAC e deixar um alerta às empresas que contratam e operam estes meios aéreos.

"Alertam-se os operadores para a necessidade de desenvolverem um processo de aceitação e introdução robusto das aeronaves contratadas nos seus COTAs [Certificado de Operador de Trabalho Aéreo], seja em processo definitivo ou apenas e sobretudo enquanto reforço de frota", diz o GPIAAF.

O relatório acrescenta que "a envolvente" do acidente com o helicóptero AS350, em 26 de julho de 2017, "vem alertar e enfatizar sobre as cadeias de acontecimentos, que sendo aparentemente inconsequentes como um só, em conjugação levam ao acidente".

Nesse sentido, os investigadores constataram uma realidade atual na contratação de meios aéreos para os combates aos incêndios rurais e florestais.

"Os operadores, na busca de soluções em contrarrelógio para o cumprimento das obrigações contratuais, procuram no mercado equipamentos que inevitavelmente são dispares nas suas configurações, dificultando a sua introdução e adequação às missões contratadas", salienta o relatório final.

O GPIAAF aponta falhas ao piloto e à gestão operacional e organizacional da empresa Everjets na queda do Eurocopter AS350, em julho de 2017, quando se preparava para combater um incêndio no concelho de Alijó, distrito de Vila Real.

Os investigadores concluíram que a causa mais provável para o acidente foi "a perda de consciência situacional do piloto", levando ao contacto do rotor de cauda com a água da Barragem de Vila Chã, quando tentava encher e testar o sistema de balde de combate aos incêndios, durante a primeira operação do dia.

O GPIAAF indica ainda como fatores contributivos para o acidente a "falta de experiência do piloto na operação de combate aos incêndios" e o facto de "não estar familiarizado" com o sistema de abertura do balde do helicóptero.

Quanto ao AS350, dado como destruído após a queda na tarde de 16 de julho, este "continha uma modificação não documentada nos processos de manutenção e operação" e o operador (Everjets) "não realizou adequadamente a aceitação e introdução da aeronave na sua frota e operação".

Fonte: Noticias ao Minuto

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