Observatório Técnico Independente da Assembleia da República para os incêndios florestais alerta que foi um erro a decisão de relocalizar os dois únicos aviões pesados de combate a fogos para Castelo Branco.
A mudança foi anunciada no início deste mês, por razões de segurança na base onde estavam até aqui estacionados, em Seia, mas segundo os especialistas no tema vai diminuir muito a capacidade de resposta de meios considerados fundamentais em grandes incêndios.
Num documento em que analisa o dispositivo de combate planeado para responder às chamas em 2019, o Observatório faz questão de recordar que estes dois aviões pesados são "únicos" em Portugal, "escassos no mercado, dispendiosos e têm de ter a rentabilidade maximizada".
No entanto, a decisão recente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) de mudar a base destes aviões de Seia para Castelo Branco, "a uma distância em linha reta de 71 quilómetros", fez o contrário.
Os especialistas sublinham que a maioria dos incêndios de grande dimensão acontecem a Norte do rio Tejo e a ida para Castelo Branco afasta estes aviões de ataque ampliado às chamas para Sul e para Este, ou seja, para perto da fronteira com Espanha.
Resultado: os dois meios aéreos pesados vão ver "diminuída significativamente a sua autonomia".
Razões que levam o Observatório Técnico Independente a pedir que "a não ser possível a sua manutenção em Seia, e atendendo ao histórico da mobilização dos meios aéreos pesados em anos anteriores, a relocalização destes meios aéreos deverá ter como referência outro Centro de Meios Aéreos a Norte de Seia, garantindo uma melhor centralidade ás áreas de maior risco, de forma a garantir a sua máxima rentabilidade".
Recorde-se que a mudança para Castelo Branco foi anunciada pela ANEPC no início de junho na sequência de vários problemas reportados pelo operador das aeronaves, nomeadamente o abatimento da pista, com reflexos na segurança de voo e no trabalho diário das equipas afetas aos meios aéreos.
Fonte: TSF
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