Cascade 2019: Tudo o Que Podia Correr Mal Vai Correr Ainda Pior - VIDA DE BOMBEIRO

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terça-feira, 28 de maio de 2019

Cascade 2019: Tudo o Que Podia Correr Mal Vai Correr Ainda Pior


Num dia de forte temporal a Norte, a Grande Lisboa é sacudida por um abalo sísmico. A partir daí, as ocorrências vão suceder-se em cascata. Arranca o Exercício Europeu de Proteção Civil, o maior de sempre em Portugal e um dos maiores da Europa.

Haverá derrocadas de prédios e fábricas, acidentes aquáticos, rodoviários e ferroviários, alguns deles com derrame de matérias perigosas. Haverá alertas de tsunami, diversos tipos de evacuações, como as margens de um rio ou até de uma serra, e também inundações, incêndios e pessoas presas em grutas.

São estas as previsões para o Cascade 2019, um exercício europeu de Proteção Civil que arranca esta terça-feira em várias partes do território nacional e que estará a decorrer até 1 de junho.

As operações de busca e salvamento decorrerão em cenários distintos, às vezes com recurso a cães, e será até montado um campo para desalojados -- desta vez com a particularidade inédita de prever um espaço para acolher animais de companhia.
Envolvidas vão estar igualmente as vertentes de emergência médica, apoio psicológico, serviços forenses e mortuários e aquela que se tem revelado uma das mais importantes nos últimos cenários reais de catástrofe: a coordenação da ajuda internacional, que entretanto irá chegando.

Maior exercício jamais realizado em Portugal

São mais de 60 simulações, em 22 localidades de quatro distritos: Lisboa, Setúbal, Évora e Aveiro. Durante cinco dias, no terreno vão estar mais de três mil operacionais de muitas dezenas de organismos, públicos e privados, a juntar a 1.200 figurantes que irão ajudar a dar algum realismo aos cenários.

Do total, 150 operacionais são oriundos de outros cinco países europeus -- Croácia, Alemanha, França, Bélgica e Espanha. E essa componente internacional é precisamente um dos testes mais importantes deste exercício.

Nas mais recentes catástrofes naturais, como aconteceu recentemente com as cheias em Moçambique no rescaldo do ciclone Idai, foi detetada uma crescente dificuldade de coordenação de toda a ajuda que é enviada para o país afetado. Não basta receber equipas e meios multidisciplinares, é preciso coordená-los para que sejam realmente uma ajuda.

Para o Cascade 2019 foram criadas duas portas de entrada aéreas, nos aeroportos de Lisboa e do Porto, e duas portas terrestres, uma em Vilar Formoso e a outra na fronteira do Caia, em Elvas.

As equipas da Alemanha, da Bélgica e de França vão ficar instaladas na Base Aérea de Ovar. Já os meios de Espanha, da Croácia, dos Açores e da Madeira vão ter como base o Regimento de Artilharia de Vendas Novas. A coordenação operacional de todo o exercício, essa, será feita a partir da Base Aérea n.º 1 em Sintra.

Dois anos a ser preparada

A candidatura de Portugal à organização do exercício foi apresentada há dois anos, em junho de 2017, tendo ficado concluída dias antes do grande incêndio de Pedrogão Grande.

O projeto ficou fechado nos primeiros dias daquele mês, mas só enviado a Bruxelas quase três semanas depois, face aos fogos de Pedrogão, Figueiró dos Vinhos e Castanheira de Pera. Apesar da tragédia, a Autoridade Nacional de Proteção Civil entendeu que devia manter a candidatura a um exercício que juntasse em Portugal forças de vários países europeus, para testarem respostas conjuntas a cenários de catástrofe.

Não se sabe que peso poderá ter tido a tragédia dos incêndios na decisão de Bruxelas, mas a verdade é que a ideia portuguesa foi aceite. O Cascade 2019 tem um custo global de 1,3 milhões de euros, sendo que 80% da fatura é paga pela Comissão Europeia.

Fonte: Renascença

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