“Assembleia da República é vesga em relação aos Bombeiros Portugueses”, criticou Jaime Marta Soares - VIDA DE BOMBEIRO

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quarta-feira, 22 de maio de 2019

“Assembleia da República é vesga em relação aos Bombeiros Portugueses”, criticou Jaime Marta Soares


O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses disse no domingo, em Gavião, que a Assembleia da República “é vesga” em relação aos Bombeiros Portugueses. Numa chuva de críticas, Jaime Marta Soares dirigia-se aos dois deputados da Nação, o socialista Luís Testa e o social democrata Cristóvão Crespo, presentes nas comemorações do Dia Distrital do Bombeiro 2019. 

Também do presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Portalegre as palavras não foram mais suaves. Francisco Louro, distinguido durante a cerimónia com o Crachá de Cidadania e Mérito, deu ainda conta do seu último ato como comandante dos bombeiros de Gavião: no dia 1 de junho entra para o Quadro de Honra.

O presidente da Liga dos Bombeiros acusou, este domingo 19 de maio, a Assembleia da República de “ser vesga em relação aos Bombeiros Portugueses”, dizendo que os deputados “nunca fizeram nada para os defender”.

Jaime Marta Soares, que falava durante a cerimónia oficial de comemoração do Dia Distrital do Bombeiro 2019, no concelho de Gavião, dirigiu-se aos dois deputados da Nação presentes, eleitos pelo círculo de Portalegre, Luís Testa do Partido Socialista e Cristóvão Crespo do Partido Social Democrata, lamentando que nenhum grupo parlamentar avance com propostas de lei que defendam os bombeiros.

A Assembleia da República “só fala nos bombeiros em termos de questões de polémica política, e os bombeiros não querem nem se metem nisso. Querem é que falem dos bombeiros procurando fazer projetos e desenvolver projetos que ajudem os bombeiros portugueses. Ainda não vi um!”, afirmou, pedindo “ajuda” aos deputados.

“Criaram um observatório e esse permitiu a criação de uma AGIF [Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais] e permitiu a criação de um conjunto de situações envolventes quer na área das florestas como das universidade, permitindo a criação de lobbies sectários para onde são transferidos milhões e milhões de euros que efetivamente fazem falta aos bombeiros portugueses, as associações humanitárias”, censurou.

Numa chuva de críticas, que também atingiu o secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, por não comparecer e ter-se feito representar em Gavião pelo diretor nacional dos Bombeiros Portugueses, Pedro Lopes, o presidente da Liga lembrou tempos difíceis aquando da discussão da Lei Orgânica da Autoridade Nacional de Proteção Civil agora Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.

“Era um atentado à nossa própria dignidade e ao papel que têm os bombeiros portugueses […] uma reforma que tem de entender que a razão de existência da ANEPC está na razão da existência dos bombeiros”, disse, sublinhando que a lei “está muito aquém daquilo que desejamos mas muito melhor que a anterior”.

Jaime Marta Soares referiu ainda a diretiva financeira, a lei do financiamento afirmando que “os bombeiros portuguesas não são ressarcidos minimamente do trabalho que prestam à comunidade portuguesa”.

Contudo, o caminho faz-se através da “negociação”, com a Liga a deixar o compromisso de “continuar a lutar” por uma legislação que dignifique os bombeiros portugueses, nomeadamente avançar para outras reformas como o estatuto social do bombeiro e “agir”. Para tal Jaime Marta Soares pediu unidade. “Temos de ser solidários para fora e para dentro” frisou.

Por seu lado, o presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Portalegre, Francisco Louro, começou por enaltecer o trabalho daqueles que “de dia e de noite arriscam a sua vida” na defesa de pessoas e bens e declarou que “estes homens e mulheres” estão sujeitos “à crítica mal intencionada e por maledicência dos muitos treinadores de bancada que se gostam de fazer ouvir na comunicação social, inclusive alguns académicos, pronunciam-se pela teoria fácil sem terem a noção da realidade quando nunca estiveram no terreno e nem sequer sabem o que é estar na frente de fogo”.

Fonte: Médio Tejo

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