Os Bombeiros Voluntários Portuenses celebram no sábado os 95 anos da corporação com a inauguração de cinco murais pintados por artistas urbanos, através de um projecto que pretendeu transformar o quartel num espaço mais acolhedor e dinâmico.
“Queríamos dinamizar o quartel para apoiar uma corporação que passa 365 dias por ano, 24 horas por dia, aqui”, explicou à Lusa Tiago Almendra, segundo vice-presidente daquele corpo de bombeiros da cidade do Porto e intermediário entre a corporação e os artistas.
As portas por onde saem os veículos de socorro dos Bombeiros Voluntários Portuenses estão agora pintadas com desenhos coloridos e referentes à actuação dos bombeiros. “Transformámos, com recurso à arte urbana, a segunda casa dos nossos bombeiros, que agora é um espaço acolhedor e dinâmico”, disse o vice-presidente.
The Caver, FEDOR, mynameisnotSEM, Mariana PTKS, Virus e Los Pepes são os seis artistas voluntários que renovaram cinco murais do quartel dos Portuenses.
“O projecto começou no ano passado e foi-se concretizando com ajuda de muitos parceiros. Dado o cariz social do projecto, a empresa BASA (Book a Street Artist) dinamizou todos os meios e ajudou-nos a reunir condições para ter patrocínios”, explicou o responsável.
O segundo vice-presidente dos Voluntários Portuenses salientou o esforço dos artistas “que deram o seu trabalho de forma gratuita” e que, “em três tardes, fizeram o projecto “Urban Firefighters” (bombeiros urbanos) acontecer”.
“Como o material foi todo disponibilizado pelos patrocínios, até o leque de cores disponível aos artistas era limitado”, afirmou Almendra.
O projecto, que utilizou 83 latas de “spray” e 135 litros de tintas, foi pensado pela equipa da direcção dos Voluntários Portuenses para ser “uma surpresa para a corporação”, “mas a certo ponto não foi possível guardar esse momento, porque começaram a aparecer os artistas e os materiais no quartel e os bombeiros perceberam que era uma surpresa”, explicou o vice-presidente.
“Quando os trabalhadores se aperceberam [das pinturas] ficaram muito entusiasmados, acolheram de bom grado esta nossa iniciativa”, destacou.
Virus, artista portuense, explicou à Lusa que no seu mural pretendeu transformar a imagem da “chama, que é algo sempre associado a experiências más”.
Decidindo “dar um “twist” [mudança, em tradução livre] a esse conceito”, a sua pintura em tons de azul e roxo representa agora “a alma portuguesa como a grande chama que existe”.
“Representei a alma de Portugal com padrões que simbolizam a nossa cultura, tanto como os padrões do [sector] têxtil, como as escamas que representam a nossa cultura pesqueira, até às bagas de uva que simbolizam o nosso vinho”, explicou Virus, autor daquela pintura urbana na qual inscreveu “Alma é chama”.
Sandra Marinho, 23 anos, bombeira voluntária na corporação, admite, olhando para um mural com cortes geométricos, que pensou que o resultado final “fosse mais alusivo ao tema “bombeiros"”, mas também percebeu que “as escolhas dos temas dos murais são relacionadas com o tipo de trabalho de cada artista”.
“Foi uma iniciativa diferente que deu mais cor ao nosso quartel e deu muito mais movimento, e, por isso, trará pessoas novas”, concluiu a jovem.
Fonte: Publico
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