Presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera está preocupado e explica, em entrevista à TSF, que os fogos dos últimos dias revelam algo novo.
O presidente do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) diz que as alterações climáticas estão a fazer com que seja cada vez mais difícil prever com exatidão o risco de incêndio nas várias zonas do país.
Em entrevista à TSF, Miguel Miranda refere que é verdade que as cartas de risco de incêndio que fizeram para este mês de março já mostram várias situações de risco elevado e muito elevado, mas o panorama geral não é dramático.
No entanto, o que está a acontecer é que "estamos a ter focos de incêndios significativos em zonas onde à partida nem sequer estamos a priori a admitir que o risco é muito grande, tendo em conta o passado".
"Quando estamos numa situação de mudança, como agora, temos sempre alguma dificuldade em adaptar-nos, e os fogos dos últimos dias são essencialmente preocupantes porque provavelmente estão a chamar-nos a atenção para mudar a forma de trabalhar e avaliar" o risco de incêndio, detalha o responsável do IPMA.
Miguel Miranda diz que "é preciso admitir que não estamos a ser perfeitamente capazes de antever os impactos das situações". "Estamos num território não explorado, nunca passámos por isto, e somos um bocadinho como as crianças: temos de passar por aquilo que já vivemos para sermos capazes de o reconhecer."
O IPMA alerta que todo o cuidado é pouco com tantos meses sem chuva a cair de forma significativa desde novembro.
Miguel Miranda admite que está surpreendido, pois todas as previsões e situações que vão surgindo parecem novas - por exemplo, a persistência de falta de chuva durante longos períodos no inverno e os seus efeitos na agricultura.
Fonte: TSF
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