Parte do Espólio dos Sapadores de Lisboa Mantido em Más Condições - VIDA DE BOMBEIRO

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domingo, 31 de março de 2019

Parte do Espólio dos Sapadores de Lisboa Mantido em Más Condições


Os equipamentos e os veículos do Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB) de Lisboa - considerados dos mais valiosos do Mundo - estão divididos entre o Museu dos Coches e dois armazéns, um deles no cais da Matinha, que tem buracos no teto.

Nas conclusões de um relatório das 7ª e 8ª comissões da Assembleia Municipal pode ler-se que "ficou claro para todos os deputados municipais que o espólio não se encontra guardado e acondicionado nas melhores condições".

Desde o encerramento do quartel de Carnide, em 2015, que a coleção, constituída por milhares de documentos, carros e equipamentos de bombeiros, está provisoriamente distribuída em quatro espaços distintos: a documentação está no Arquivo Municipal e o restante espólio entre três outros locais. A câmara já prometeu um museu ao lado da Carris, mas não avança datas e, entretanto, parte considerável deste legado "está em condições pouco recomendáveis para o tipo de equipamentos", pode ler-se no mesmo relatório.

Buracos no teto e dejetos

Fernando Correia, deputado municipal do PCP, afirma que o mais estranho é "a Câmara não dizer quando é que o Museu vai mesmo avançar" e lamenta que parte do espólio esteja "num armazém perto de mar (Matinha), sofrendo erosão, onde, além de buracos no teto, há dejetos de pássaros".

Segundo o relatório das comissões permanentes, estes dejetos "são altamente ácidos e nocivos para as peças em questão". Recorde-se que a coleção conta, por exemplo, com centenas de carros de combate a incêndios dos séculos XVIII ao XX.

Ao JN, o vereador da Proteção Civil, Carlos Castro, garantiu que "a Câmara está a contactar várias empresas com o objetivo de fazer a manutenção destes carros", mas não avançou datas.

Para Diogo Moura, deputado do CDS-PP, "é tudo muito preocupante". "A Fundação para a Ciência e Tecnologia aprovou uma verba de 120 mil euros para, em parceria com a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, se identificar e catalogar todo este espólio. Sempre que perguntamos em que fase está esse processo, não obtemos qualquer resposta", avança o deputado centrista, acrescentando que "é inquietante que um espólio destes não esteja sequer catalogado". Diogo Moura lamenta também que não seja partilhado pelo Executivo o programa para o futuro museu, pois "só com essa informação se perceberá se o espaço ao lado da Carris é o melhor".

Já Tiago Ivo Cruz, do Bloco de Esquerda - o partido que tem um acordo de governação com o PS - diz que "não há garantia de que aquele espaço, ao lado da Carris, consiga reunir todo o espólio", o que significa "um grande problema", pois é preciso garantir espaço e boas condições".

Sobre tudo isto, o vereador Carlos Castro pouco adiantou. Afirmou apenas que "o projeto para o Museu do Regimento está a ser preparado, está a dar os seus primeiros passos", mas "não é possível, neste momento, adiantar quaisquer datas".

A peça mais antiga - A viatura mais antiga deste espólio é um carro de escadas da Alfândega de Lisboa, que, juntamente com um modelo de escada Magirus (o mais antigo em Portugal), é a estrela da coleção, conforme pode ler-se no relatório.

Na Matinha - No armazém da Matinha estão "várias viaturas a motor" de marcas conceituadas, como, por exemplo, a Mercedes ou a Magirus.

A coleção estava no Quartel de Carnide, onde 2500 pessoas a visitavam todos os anos. Os deputados pedem agora um espaço que possa fazer aumentar o número de visitas.

Fonte: JN

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