O Comandante Pedro Louro, dos Bombeiros Voluntários do Concelho de Espinho, levou a cabo nos últimos meses um estudo estatístico baseado no tema “Rede de Serviços Operacionais Mínimos dos Corpos de Bombeiros em Portugal Continental”.
Esta iniciativa tem início após a necessidade elaborar a tese de mestrado em Riscos e Protecção Civil, a 6a edição do ISEC – Instituto Superior de Educação e Ciências – Lisboa.
A sustentação do estudo assenta sobre uma amostra de 379 corporações de Portugal Continental espelhando bem todo o território, permitindo tirar algumas conclusões.
Os resultados do inquérito constituem-se como um importante instrumento de apoio ao estudo da Rede Principal dos Serviços Operacionais dos Corpos de Bombeiros em Portugal Continental.
Acresce ainda que a amostra é elevada não só no conjunto dos CB, mas também é superior a superior a 80% em todos os distritos, o que contribui para demonstrar, de forma adequada, a realidade heterogénea do território.
Entre muitas outras conclusões destacamos:
– Apenas 52% dos bombeiros que desempenham funções no quadro de comando possuem vínculo profissional;
– Em 39% dos CB existe apenas um elemento de comando com vínculo profissional e em 19% dos casos não existe qualquer elemento de comando com vínculo profissional;
– Na amostra obtida (87%), são considerados necessários pelo menos 1226 profissionais no quadro de comando, mais 694 do que os profissionais existentes e mais 200 do que todos os atualmente em funções, profissionais e voluntários;
– 45% dos CB defende a existência de três profissionais de comando, 25% quatro e apenas 1% acredita não serem necessários profissionais no QC;
-84% dos CB possui, no máximo, 20 bombeiros exclusivamente dedicados a missões de proteção e socorro, sendo que desses, 43% apenas possui entre 5 a 10 efetivos;
-O número de bombeiros profissionais do quadro ativo é variável para cada CB, mas 40% dos inquiridos consideram como ideal mais de 30 profissionais no quadro ativo;
– 99% da amostra considera ser necessária a existência de EIP nos CB, sendo que 66% defende a existência de pelo menos uma EIP 24 horas/dia, 365 dias/ano e 10% refere ser necessário mais do que uma EIP;
– 94% dos inquiridos considera ideal a existência de uma equipa de apoio à EIP e 50% refere essa necessidade 24 horas do dia, 365 dias/ano;
– Relativamente à tripulação de ambulâncias de socorro no período diurno, as respostas obtidas são variáveis em função de cada CB: 43% consideram ideal a existência de duas tripulações, 31% a existência de três tripulações, 12% considera serem necessárias quatro tripulações 6% referem ser necessário ainda mais do que quatro tripulações e apenas 31% considera como ideal a existência de uma única tripulação;
– Para o período noturno verifica-se um decréscimo total de 29% do número considerado ideal de tripulações de ABSC do período diurno para o período noturno;
– Para definição dos recursos de um CB, os riscos específicos, tecnológicos e naturais, assim como a dimensão da área de atuação são critérios valorizados em mais de 85% dos caos, seguido do número de habitantes (76%) e do histórico de ocorrências (66%);
– Foram propostos pelos inquiridos a inclusão de outros critérios na definição de recursos dos CB, dos quais se destacaram a proximidade, recursos e resposta operacional das áreas de atuação limítrofes, os riscos dos municípios limítrofes, outros recursos existentes na área de atuação e matriz de resposta municipal a população flutuante e a distância e valência das unidades de saúde;
– 55% dos inquiridos concorda com a reorganização do setor dos bombeiros com apenas um CB por município, 24% considera que “talvez” e 21% discorda;
-86% de CB que coexistem no mesmo município e que responderam ao inquérito, 40% concorda com a reorganização do setor dos bombeiros com apenas um CB por município, 34% não concorda e 25% respondeu “talvez”;
– 86% dos CB concorda com a diminuição da frota de veículos de bombeiros em detrimento de veículos cada vez mais polivalentes;
– 40% dos CB considera ser possível responder a mais de 95% das ocorrências ao longo do ano com apenas um veículo polivalente com capacidade de combate a incêndios e desencarceramento, excluindo a emergência pré-hospitalar e os incêndios rurais, 20% discorda, e 20% respondeu “talvez”;
– 67% dos CB considera a sua frota, em termos de quantidade, adequada, 31% insuficiente e 2% classificou-a sobredimensionada.
Fonte: BPS Bombeiros para Sempre
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