O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) relatou esta quinta-feira à Rede Regional a fita do tempo da ocorrência do dia 28 de janeiro que terminou com a morte de uma idosa do Escaroupim, no concelho de Salvaterra de Magos. O maior destaque vai para o facto de cinco entidades diferentes terem recusado o socorro por terem as ambulâncias ocupadas em serviços de emergência médica.
Segundo o INEM, o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) do INEM recebeu às 10h46 uma chamada transferida através do 112, solicitando ajuda para uma idosa, de 83 anos, “que estaria prostrada e sonolenta”.
Segundo afita do tempo, às 10h48, o CODU contactou os BV Salvaterra de Magos que informaram não ter ambulância disponível por ocupação noutras missões de emergência médica; às 10h49 contactou os BV Benavente; às 10h50 os BM Cartaxo; às 10h51 a CVP Aveiras de Cima; e às 10h53 os BV Azambuja, tendo todas estas entidades dado ao CODU a mesma resposta: as ambulâncias estavam ocupadas em serviços de emergência médica.
De acordo com a mesma resposta enviada às nossas perguntas, o INEM garante que às 10h54 o CODU contactou a Cruz Vermelha do Carregado, que aceitou o serviço e acionou para o local uma ambulância de socorro. A saída ocorreu 8 minutos após a chamada do INEM.
Já no local, e depois de avaliar e prestar os primeiros cuidados de saúde à doente, a tripulação ligou para o CODU às 11h38 dando conta dos sinais e sintomas apresentados pela vítima, referindo que a doente se encontrava agora em paragem cardiorrespiratória (PCR), tendo sido iniciadas manobras de reanimação.
O CODU acionou então a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) de Santarém, não tendo sido possível às equipas médicas reverter a PCR.
“Na situação em apreço verificou-se, no momento, uma incapacidade das várias entidades intervenientes no SIEM [Sistema Integrado de Emergência Médica] de dar resposta à situação, por ocupação dos meios disponíveis em outras emergências médicas. Na verdade, e por mais meios de socorro que existam no nosso país, os mesmos são finitos e naquele preciso momento verificou-se uma incapacidade das várias entidades intervenientes no SIEM de dar resposta à situação, por ocupação dos meios em outras situações de emergência médica pré-hospitalar. Naturalmente que se lamenta esta situação a qual ocorre, felizmente, com pouca frequência”, termina o esclarecimento do INEM.
Refira-se que o atraso no socorro à idosa foi denunciado nas redes sociais, o que originou uma reação da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Salvaterra de Magos.
Fonte: Rede Regional
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