A Geração dos Criminosos - VIDA DE BOMBEIRO

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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

A Geração dos Criminosos


Isto a propósito da ideia iluminada que fez sair o Dec-Lei 14/2019 o qual entre outras coisas introduziu a brilhante ideia de as queimas terem que ser comunicadas previamente à Câmara Municipal, há mais, mas fica para outras núpcias.

Outra coisa engraçada é quando se diz nesse mesmo Dec-Lei 14/2019 que devem ser adoptados outras formas alternativas às queimas. Trituradores e compostagem, brincadeira, digam isso a quem está no terreno e tem que limpar para que o mato e o abandono não seja cada vez maior.

Toda a vida se queimou na primavera e dizíamos nos bombeiros os fogos da primavera não dão incêndios no verão, pois são mais brandos. Aliás devia-se promover queimadas controladas e em locais estratégicos para reduzir o mato e termos zonas tampão para eventuais incêndios.

Isto pode parecer polémico, mas o foco está na redução de ignições, e porventura bem, mas não se esqueçam de que complementando isso tem que haver queimas e queimadas que reduzam o combustível, porque se assim não for vamos cada vez mais assistir aos agora chamados “Mega-Incêndios”, pois na minha modesta opinião estes só existem por duas razões, uma porque as mudanças climáticas se fazem sentir e cada vez temos mais combustível para arder.

Nós os que teimamos em permanecer nos agora pomposamente chamados “Territórios de Baixa Densidade” sabemos que esta geração alguns regressados da emigração e que compraram os seus terrenos com suor e sacrifício outros que os herdaram dos país e querem continuar com esse legado são os que hoje têm os acidentes de tractor e são apanhados como criminosos nas queimas ou perdem a vida a tentar limpar o que é seu.

Estes que fizeram todos os sacrifícios para por os filhos a estudar para serem doutores e irem morar para a cidade a levar com sol na cara e a brisa á beira mar em troca de fumo e fogo por cá.

Todos dizem aos pais que se deixem disso mas continuam a gostar de levar para a cidade o que a terra ao que actualmente se dá o pomposo nome de “Biológico”. Apesar de reformas pequenas há sempre dinheiro para resolver algum percalço da cidade ou porque as despesas aumentaram com os netos ou por outra coisa.

Então os filhos que se juntaram aos da cidade que de agricultura nada ou pouco sabem tornam-se peritos em caça e ajudam fazem destas leis para acabarem mais depressa com os pais.

Agora parece-me que anda aí uma ideia peregrina de querer fazer queimas acompanhadas por Bombeiros ou por Sapadores Florestais. Vai ser bonito. Estou mesmo a ver o Senhor Presidente da Câmara a fazer uma “Escala de queima” para as Freguesias do Seu Concelho. Vai parecer a “Ida à Guerra do saudoso Raul Solnado”, às segundas, Quartas e Sextas queimam uns às Terças, Quintas e Sábados queimam outros, ao Domingo descanso, só que há quem trabalhe a semana toda e no domingo faça uma perninha no campo. Ah, não sabiam? Pois a vida não é só Lisboa!!!!

Agora lembraram-se que se abandonou o ensino profissional e só se formam Doutores e Engenheiros, nada contra da minha parte, mas a quem é necessário dar trabalho, e bem, por isso inventam-se cursos de aplicadores de Fitofármacos, manobradores de Motosserra e outras coisas assim e há que por quem sempre utilizou isto a tirar cursos, simplesmente para não apanharem multas, só, mais nada. Estas coisas não lembram ao diabo, só a alguns …..

Agora só uma sugestão, já que a alguns todos os Portugueses pagam o passe dos transportes públicos, que tal arranjar um seguro também pago por todos para os prejuízos causados pelas queimas, é que quer queiram quer não as queimas são necessárias tal como os passes e uns não são filhos e outros enteados e se calhar ficaria mais barato que por a GNR a passar multas e a entupir as instituições e Tribunais com estes processos, digo eu, esta gente não é criminosa, esta gente quer tratar daquilo que é seu e no fundo de todos.

Os “verdadeiros criminosos” continuam em praias e resort apanhar sol e nos gabinetes e corredores do poder impunes a fazerem leis para os pais terem um fim de vida miseráveis.

Que triste sina a de uma geração de trabalho que conheceu a polícia politica que não os deixavam falar e agora conhecem uma “coisa” quase igual.

Mas quando não houver árvores não houver água os que vivem na cidade vão ver que o dinheiro não compra tudo.

Martins Andrade

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