Hoje há Técnicos para Tudo!!!!! - VIDA DE BOMBEIRO

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quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Hoje há Técnicos para Tudo!!!!!


Antes de começar fazer uma declaração de interesses. Fui Delegado de Formação da ENB para o Distrito de Viseu, sempre defendi a formação, seja ela qual for e não tenho nenhum grau académico, nem sou contra o saber académico.

Posto isto, e como sabem vou tendo algum tempo para ir vendo, ouvindo e espreitando o que se vai publicando nas redes sociais, mormente no Facebook e estes dias tenho visto alguma actividade sobre Formação ou Treino em “Fogo Controlado” “Fogo de Supressão” e essas coisas. Acho muito bem que se faça isso, que se treine e que se aproveite o Inverno para se fazer redução de combustível através do fogo. Tem várias vantagens, treina-se, criam-se “zonas tampão” em locais específicos e em algumas zonas do país ajuda-se a pastorícia. Só vantagens.

O que me mete alguma, eu não queria dizer confusão, mas não me ocorre outro termo é o facto de que até isto só pode ser feito com credenciação, diploma, porque isto foi sempre feito por toda a gente e quando digo toda a gente é mesmo isso ao longo dos tempos e sempre para os mesmos fins: Redução de combustível e muito, é certo, por causa da criação de pastagens. Pois hoje em dia para fazer isso é preciso “O Técnico” e mais não sei o quê e isto e aquilo, como isto é muita coisa e alguns euros, muitas vezes assistimos ao “lá vai disto”.

Depois se transportarmos isto para a chamada época de incêndios também tenho assistido a coisas levadas do cabo da breca com a evolução a ser feita, eu diria assim…….. meio …….

Há duas coisas que eu aprendi relativamente aos incêndios florestais, a primeira é que um Incêndio no primeiro minuto se apaga com um copo de água no segundo com um balde dela depois disso faz-se o que se pode e a segunda é que os “Contra Fogos”, “Fogos Tácticos”, Fogos de Supressão” só têm duas categorias, os que correm bem e os que correm mal, não me parece que com toda a evolução tecnológica e de saber as categorias tenham mudado.

A evolução foi feita à custa de pensar, pensar, pensar e mudarem-se conceitos. Antigamente corriam mal, corriam mal, hoje não correm mal, houve uma mudança abrupta do vento, no meu tempo faziam-se linhas de contenção abertas a material sapador, hoje usa-se alta tecnologia, linhas de mangueira, água, deitava um bocado de terra ao ar para ver de que lado soprava o vento, hoje pedimos o “AROME”. Cometiam-se excessos? Cometiam, sem dúvida. Era necessário regular? Era, de acordo.

Depois chegamos a um extremo que para usar estas técnicas tem que se pedir autorização e registar na Fita do Tempo. Registar na Fita do Tempo vá que não vá, concordo, agora pedir autorização, geralmente a quem não estava perto nem cheira o fumo, Huummmm, não me parece bem, tenho cá para mim que se perderam boas oportunidades e continuam a perder por causa disso. Agora só técnicos credenciados. Eu pergunto o COS vai fazer uma avaliação, determina a execução de uma “manobra”, “trabalhinho”, essas coisas e se o técnico fizer uma avaliação diferente e disser que não, a “manobra”, “trabalhinho” ou com os termos novos faz-se ou não se faz? É que eu não sei.

Antigamente quando o São Pedro se lembrava de não ajudar a coisa ficava um pandemónio, hoje se o São Pedro se lembra de não ajudar estamos perante condições climáticas extremas. Mudou-se e evoluiu-se bastante é certo mas evoluímos e mudamos muito na terminologia e assim terminologicamente se mudou muita coisa.

Mas atenção quero chamar atenção, chegamos a isto, muito provavelmente por culpa nossa, pelos excessos que cometemos, alturas havia em que se usava e abusava, quase de qualquer forma, esta “técnica” tão útil e eficaz, mas quando bem e conscientemente usada, há que “bater com a mão no peito”, esta é a realidade, ok? depois como sempre ouvi dizer torcemos orelha e não deita sangue, paciência.

Para que não haja berros e birras ao ler esta minha opinião não esquecer a declaração de interesse que deixei logo no início.

Martins Andrade

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