Abrantes | Bombeiros com orçamento superior a 1 milhão e aposta na Equipa de Intervenção Permanente - VIDA DE BOMBEIRO

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segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Abrantes | Bombeiros com orçamento superior a 1 milhão e aposta na Equipa de Intervenção Permanente


O Orçamento e Plano de Atividades para 2019 da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Abrantes foram apresentados pelo presidente João Furtado na reunião de Executivo de sexta-feira, 25 de janeiro. O Orçamento para este ano é superior a um milhão de euros, valor considerado “relativamente reduzido”, e onde se inclui também investimentos a efetuar. A nova aposta para 2019 no combate a incêndios florestais prende-se com a Equipa de Intervenção Permanente, uma equipa de 5 bombeiros mais 1 operacional.

A apresentação do Orçamento e do Plano de Atividades para 2019 da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Abrantes (AHBVA) ocorre “não por dever mas por convicção” primando “a transparência” para com os principais financiadores, no caso a Câmara Municipal, mas também para “com a população e com os partidos”, começou por referir o presidente da AHBVA, João Furtado.

Para o engenheiro tratam-se de documentos “importantes” sendo o Orçamento “virado para o futuro”. Brevemente os Bombeiros divulgarão “o documento virado para o passado”, ou seja, a apresentação de Contas, indicou.

Assim, as principais preocupações foram enquadradas nos últimos acontecimentos, significativos em Portugal e no resto do mundo, referindo-se João Furtado aos incêndios florestais e aos fenómenos meteorológicos extremos.

“Aquilo que aconteceu em Portugal” nomeadamente no verão de 2017, “não é um fenómeno local, mas de alterações climáticas, extremas” considerou, adiantando que a AHBVA prepara-se há anos “para situações complicadas como 2017”, sendo nesse enquadramento que efetivam a estratégia operacional, fundamentando as afirmações em números nomeadamente em Portugal, em junho e outubro de 2017, com 115 vítimas mortais, na Grécia, em julho de 2018, com 88 vítimas mortais, na Califórnia, em novembro 2018, com um número de vítimas ainda indeterminado (já superior a 83 com mais de 500 desaparecidos).

Os Bombeiros de Abrantes desenvolveram então a sua estratégia operacional em quatro eixos de atuação materializados em objetivos estratégicos de combate a incêndios florestais, de emergência hospitalar, de combate a incêndios urbanos e industriais e de meios especiais de socorro.

João Furtado optou por explicar em primeiro lugar o Orçamento para 2019, fazendo uma síntese dos objetivos financeiros para este ano que se prendem essencialmente com a redução de custos de funcionamento, “particularmente o que não são custos operacionais”, explicou, com o aumento do ‘Fundo de Resiliência’ tendo como objetivo garantir a estabilidade financeira da Associação mesmo em situações de calamidade geral.

Lembrou que em 2017, “em duas semanas, gastámos 150 mil euros”. E o diversificar das fontes de financiamento. Sendo a principal fonte de financiamento da AHBVA “a Câmara Municipal de Abrantes e uma parte da Autoridade Nacional de Proteção Civil, entendemos que devemos reforçar as nossas componentes” [de financiamento], disse.

O Orçamento para 2019 fixa-se em 1.094.312,00 euros – com uma previsão de gastos no valor de 1.094.312,00 euros e de rendimentos de 1.106.131,00 euros -, considerado “relativamente reduzido” mas onde se inclui os investimentos, “aquilo que nos traz algumas mais-valias não dependentes dos financiamentos públicos”, indicando de “muito pouca relevância” o montante resultante das quotas dos sócios.

Nas áreas de investimento, num valor total de 130 mil euros, destaque para os incêndios florestais e urbanos na ordem dos 40 mil euros onde se pretende incluir melhorias em veículos e equipamentos; na emergência pré-hospitalar também alocado um valor de 40 mil euros que pode incluir a aquisição de ambulância de transporte de doentes não urgentes; equipamento de proteção individual e fardamento estimado em 20 mil euros; salvamento e desencarceramento para aquisição de kit de almofadas e estabilização de veículos num custo de 15 mil euros; comunicações rádios ROB e SIRESP vão custar 6 mil euros; formação operacional ronda os cinco mil euros, resgate e socorro para grande ângulo e mergulho estimado em quatro mil euros.

Quanto ao Plano de Atividades João Furtado destacou “quatro pontos essenciais” nas ações estratégicas prioritárias, como o projeto Aldeia Segura, e o apoio à sua implementação. “Se o Município ou as Freguesias precisarem do nosso apoio entendemos estar disponíveis porque o projeto Aldeia Segura pode fazer toda a diferença”, defendeu.

O Plano Resposta Operacional a incêndios florestais pretende um olhar “para as aldeias e percebemos que resposta devemos ter do ponto de vista concreto e operacional, ou seja, cada aldeia é uma realidade, há algumas muito complexas onde os nossos veículos pesados não podem entrar”, vincou.

Projeto ‘Socorro Próximo’, com Agente Local de Socorro, ou seja, “ter nas zonas mais distantes do concelho alguém, voluntário, com formação do pré hospitalar que possa fazer uma primeira abordagem antes dos meios de socorro chegarem”.

E acreditação como entidade formadora em Suporte Básico com Desfibrilhador, Tripulante de Ambulância de Transporte e Tripulante de Ambulância de Socorro.

A nova aposta para 2019 no combate a incêndios florestais prende-se com a Equipa de Intervenção Permanente, uma equipa de 5 bombeiros mais 1 operacional. “Cinco pagos pela Câmara Municipal e pela Autoridade Nacional de Proteção Civil e incluímos da nossa parte mais um”, explicou.

Uma equipa “supernumerária relativamente ao piquete mínimo que deverá permitir o desenvolvimento de projetos e missões diferenciadas”. A esta equipa – que opera dois veículos pesados, um florestal com capacidade todo o terreno e um tanque – será atribuída a responsabilidade do apoio à operacionalização da Aldeia Segura e ao desenvolvimento dos Planos de Resposta Operacional.

Nos Planos de Resposta Operacional a estratégia de combate deverá desenvolver conhecimentos técnicos de retaguarda que permitirão prever: geometria de progressão do incêndio; zonas críticas, e zonas de oportunidade de combate. Uma estratégia considerada “útil” pelo presidente da AHBVA na prevenção e no combate e “permitirá que o trabalho dos nossos bombeiros seja mais eficaz”.

Os Bombeiros de Abrantes perspetivam colocar a Equipa de Intervenção Permanente como Equipa de Vigilância Ativa.

“Em vez de estar pré-posicionada faz um trabalho em toda a zona Norte do concelho e temos uma equipa pré-posicionada no Sul do concelho, normalmente no Rossio ao Sul do Tejo com um veículo de combate florestal. E depois temos as outras equipas a sair do quartel dos bombeiros”, concluiu.

Fonte: Medio Tejo

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