Socorro Nunca Falha Seja Natal ou Réveillon - VIDA DE BOMBEIRO

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segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Socorro Nunca Falha Seja Natal ou Réveillon


Cai a noite. Chega o Natal e a passagem do ano. A maioria janta em casa com as famílias. Os bombeiros não. Estão aquartelados, junto dos colegas que designam por "segunda família". Dizem que a singularidade deste enquadramento não os afeta. Explicam que "são dias como os outros".

Distribuídos por piquetes, são o garante do socorro à população. De casa levam "farrapo-velho", cabrito e rabanadas. Organizam o jantar à sua moda, sabendo que, a qualquer instante, podem ter de sair para uma emergência: a estatística diz que a quadra natalícia é propícia a distúrbios alimentares, enquanto que o álcool em excesso é o desassossego da noitada de 31.

O quartel de Ermesinde, com frente para a Rua Comandante Capas Peneda, tem sempre movimento. O réveillon é, sem dúvida, mais animado. Já é tradição na Capas Penedo haver um mar de gente para ouvir as sirenes e ver as luzes dos carros a piscar. Chegada a meia-noite, na viragem do ano, a sirene exterior ecoa por toda a cidade. 

Há champanhe, brindes e muita alegria. Isto, claro, se nenhuma tormenta mobilizar os operacionais. Na noite de Natal, o ambiente é diferente: também acolhedor, mas menos abrangente. Quem está de serviço, e alguns até se oferecem, recebe a visita dos familiares de forma a tornar o serão mais ternurento. "As saídas, por vezes, não passam de falsos alarmes, quando ligam a dizer que na casa de um vizinho está a sair fumo pela chaminé e, lá chegados, vimos que se resume às cinzas da lareira", conforme assinala o 2.º comandante Emanuel Santos. 

Nos Voluntários de Ermesinde, esta época é sinónimo de solidariedade com resultados práticos, mediante a oferta de cabazes às famílias mais carenciadas e o apoio aos sem-abrigo, entre outras iniciativas. Mesmo a fanfarra vai para a rua, como sucedeu na abertura da Aldeia de Natal, até para "desmistificar a ideia de que os bombeiros só aparecem quando há desastres".

Na chamada zona industrial do Porto, na Rua das Cruzes, quem entra no quartel dos Portuenses depara-se com um belo presépio e uma exposição de antigos carros de bombeiros, em tamanho real e muito bem tratados. "As reações positivas vão-nos chegando através das redes sociais", refere o comandante Joaquim Caldas, tendo sobre a mesa a escala para estes dias e sabendo de antemão que alguns operacionais serão destacados para a operação do réveillon nos Aliados. 

Nas memórias das noitadas de 24 e 31, contam-se incêndios, como foi o caso do "fogo que assolou o restaurante Museu dos Presuntos (Foz)", segundo recorda o oficial Joaquim Filipe. Outros, por ossos do ofício, ficam retidos no Hospital de Santo António, como sucedeu ao subchefe Fernando Pinheiro, na missão de acompanhar "um indivíduo que tinha bebido de mais".

Em Gaia, há 29 caloiros em formação, mas estes não contam para a temporada das festas. Gaia é um concelho grande em território e populoso, servido por autoestradas onde a sinistralidade é preocupação. Joaquim Salgueiro, subchefe dos Sapadores, lembra o condutor que "andou em contramão na A44, desde a Madalena, no sentido sul/norte, e só parou quando embateu de frente" com outro veículo. "Houve encarcerados e feridos", relata, a propósito das atribulações. No dia de Natal é costume a corporação receber o autarca Eduardo Vítor Rodrigues, observa o chefe Manuel Rosa. Uma visita que anima quem está de serviço.

Fonte: JN

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