“Fazer uma reforma da proteção civil sem os bombeiros é o mesmo que fazer uma reforma da saúde sem os médicos”, diz Jaime Marta Soares.
Dispostos a tudo e magoados com o Governo, os bombeiros voltam a reunir-se no sábado para estudar novas formas de contestação à reforma da Proteção Civil que o Governo está a preparar. É o próximo passo depois de a manifestação no Terreiro do Paço, a semana passada.
Os bombeiros temem que a caminho esteja um modelo em que perdem autonomia.
Do encontro de sábado, em Santarém, que vai reunir a maior parte das 456 corporações existentes em todo o pais, pode mesmo sair a decisão de abandonar a Proteção Civil, diz Jaime Marta Soares.
A colocar-se esta situação, diz o dirigente, pode estar em causa a situação financeira das corporações, mas que não deixará nunca em causa a segurança das populações.
“Há uma coisa que posso garantir, que não deixaremos de ser iguais na defesa das vidas e dos haveres dos portugueses”, alerta Jaime Marta Soares. “Mas não faremos parte de nenhuma estrutura nem participaremos em nenhum dispositivo, e o Governo tem de entender, se não entender vai causar graves problemas aos portugueses.”
Questionado sobre a necessidade de uma organização central, Jaime Marta Soares desdramatiza. “Antes de existir autoridade, já estávamos organizados e tínhamos a nossa estrutura, com o nosso comando. A única coisa que depois se desenvolveu foi a integração num comando único, em que queremos participar, com as outras forças, mas queremos, como essas forças, ter o nosso próprio comando autónomo.”
O dirigente reconhece que há o perigo de as corporações de bombeiros sofrerem financeiramente com esta decisão, mas diz que nesse caso terá de ser o Governo a explicar-se. “Então o Governo terá de responder perante o país, porque fazer uma reforma da proteção civil sem os bombeiros é o mesmo que fazer uma reforma da saúde sem os médicos.”
Apesar de dizer que a falta de ação do Ministério da Administração Interna irá causar “graves problemas aos portugueses”, Jaime Marta Soares clarifica que em caso algum “faltará segurança às populações”, e sublinha “garantidamente”.
Fonte: Renascença
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