Caro Jaime Marta Soares
Já que tanto lhe apraz os “bombeiros de bata branca” e tendo em conta a obrigação das suas funções como presidente da honrosa Liga dos Bombeiros Portugueses, uma vez que não há muito tempo se o viu indagado pelos problemas de saúde dos bombeiros (“o cenário não é de grande preocupação”, permitindo até uma “oportunidade de melhoria” – os quais a maioria não foram relevados, identificados e seguidos) sugiro-lhe o seguinte:
• Não coloque o SIEM numa consideração superior ao SIOPS, arrumemos a casa e cuidemos dos nossos antes de velar pelos outros;
• Abandone o termo enfermeiros bombeiros, porque se o enfermeiro dentro do seu posto de trabalho convencional já é o «faz tudo» e o bombeiro o que sempre improvisa e bem sucedidamente de desenrasca o resultado será: enfermeiro bombeiro = servo prisioneiro do SIEM (para não colocar aqui uma outra palavra que é sem duvida mais clara na adjetivação, mas ao mesmo tempo depreciativa);
• O termo é Bombeiro-Enfermeiro: um individuo que entra por uma carreira de bombeiro e como um mergulhador, salvador-recuperador, operador de telecomunicações etc. se especializa numa área;
• Comecemos por uma manifesta preocupação entre os nossos e só depois com os demais;
• O necessário não é uma sessão de enfermeiros pela equação de que agora dentro de um quartel de bombeiros passaremos a ter alguém que desvinculado do contexto brilha pelo que faz. Portugal urge de uma Equipa Nacional de Bombeiros-Enfermeiros;
• Não são necessárias novas propostas, existe uma que é do conhecimento e contentamento da Direção Nacional de Bombeiros, da qual eu sou um dos autores - ainda que vozes de burro não cheguem ao céu, é na terra que elas necessitam ficar;
• O SIEM não precisa de “competição”. É-lhe antes necessária uma força de complemento!
• Não é preciso ser-se um iluminado: esta ideia/desejo está nos anseios e inquietudes de qualquer bombeiro – seja horizontal e comprove-o;
• Portugal é dos únicos países que não dispõe de Pulsi CO-Oximetria nem de antídotos para a inalação de fumos de incêndio! Não é falácia, sei do que falo com toda a certeza!
• Tratemos de fomentar os fenómenos de rentabilidade social dos e nos bombeiros e no contexto do produto das suas ações;
Ao dispor para explicar esta e outras problemáticas relacionadas com o exercício da Enfermagem em contexto de Proteção Civil e Bombeiros. Olhando bem para tragédias como a de Entre-os-Rios, Caramulo, Pedrogão Grande etc., algo para já sem enquadramento legal, mas necessário!
Nelson Filipe Monteiro Nascimento
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