Os Bombeiros Voluntários de Viseu podem não pagar os salários deste mês de novembro e do subsídio de Natal aos seus funcionários por causa dos atrasos nos pagamentos do Estado pelo transporte de doentes não-urgentes.
O alerta foi deixado esta manhã de terça-feira (13 de novembro), em conferência de imprensa, pelo presidente da corporação, Carlos Costa. O dirigente não escondeu que a situação representa “um motivo de extrema preocupação”.
“Nós estamos a chegar a um ponto em que os riscos de incumprimento salarial são cada vez mais reais. Estamos a chegar ao fim do mês e não temos recursos para pagar aquilo o que é devido aos nossos funcionários”, afirmou. O responsável exigiu que seja feita justiça, regularizando os pagamentos não só de novembro mas também “recorrentemente”, para contornar a dívida que os Bombeiros Voluntários têm atualmente.
“A dívida que temos neste momento excede o dobro da média que tínhamos durante o tempo da troika. Isto é preciso de ser dito”, disse.
Segundo os Voluntários viseenses, o Estado deve 108 mil euros, um passivo que está a asfixiar a instituição. Carlos Costa admitiu mesmo que a associação está a ponderar avançar com protestos.
“Não nos deixam outra forma do que pensarmos noutro tipo de protesto. Queremos e fizemos sempre de uma forma correta, alertando as entidades, tentando chamar toda a gente à razão e fazê-los compreender os nossos problemas, mas se outra linguagem não resultar, teremos de partir para outras formas de luta e aí, teremos de estar unidos”, rematou.
Ao Jornal do Centro, a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) disse que “os pagamentos aos Bombeiros Voluntários de Viseu estão em dia, não se registando qualquer atraso”.
“A última fatura paga, no montante de 9.632,63€, deu entrada na ARSC em setembro e foi paga em outubro. Neste momento estão rececionadas duas faturas: uma com data 09 outubro, e que vence a 27 do corrente mês, no valor de 9.057,55€; outra com data de receção de 13 de novembro, que vence a 01 de janeiro de 2019, no montante de 9.095,50€”, informou.
A ARSC frisou ainda que “a entidade centralizadora deste tipo de faturas é a Administração Central do Sistema de Saúde que, posteriormente, transfere o valor a pagamento para as ARS. Não se verifica qualquer atraso no processo", garantiu.
Jornal do Centro
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