Bombeiros de Monção vão prestar socorro à Galiza - VIDA DE BOMBEIRO

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terça-feira, 23 de outubro de 2018

Bombeiros de Monção vão prestar socorro à Galiza


Eurocidade criada há um ano possibilitará ativação de emergências através do 112, enquanto corporação procura voluntários em Salvaterra de Miño. Fronteira passou a ser "uma rua".

Os bombeiros de Monção vão passar a prestar socorro em Salvaterra de Miño, na Galiza, com articulação via 112 espanhol, pela primeira vez na história das relações luso-galegas. A partir de 2019, a corporação acudirá a incêndios urbanos, industriais e operações de busca e salvamento no município vizinho. Neste momento está aberta a acolher voluntários galegos para fortalecer o seu corpo operacional.

Em Salvaterra não há bombeiros. As corporações mais próximas são as de Porriño e Ponteareias, pelo que este será mais um passo nas já intensas e longas relações dos dois municípios. Depois do contrabando, a construção de uma travessia sobre o rio Minho, em 1995, e a criação de uma eurocidade em 2017 tornaram o vínculo tão estreito que a ponte internacional, dizem os atores locais, "é apenas uma rua para a outra margem".

"Esta colaboração já existia, mas era informal e fazia-se quando nos era pedida pela Proteção Civil. Assinámos um protocolo de intenções que abriu uma autorização para que possamos ir lá. Esperamos que as autoridades aceitem a nossa integração no 112 delas, onde estão inseridos todos os meios espanhóis", declarou Paulo Rocha, presidente dos bombeiros de Monção, referindo: "Queremos tudo resolvido até ao final do ano".

A abertura a elementos galegos já está em vigor, porque "do lado de cá há falta de bombeiros", e ainda se definiram compensações pelos serviços "num raio de 50 quilómetros" na Galiza.

Espírito de partilha

A colaboração agora formalizada resume bem, segundo o presidente da Câmara, António Barbosa, o espírito das eurocidades. "Com a partilha, ganham os dois lados da fronteira. Aqui, olhamos a ponte como uma rua e não como algo que nos divide", afirma, destacando a utilização por galegos e portugueses de espaços públicos, como as piscinas municipais, parques de lazer, ecopistas e auditórios. Habitação, serviços e emprego são outras áreas partilhadas pelas populações.

A tenente de alcalde de Salvaterra, Marta Valcárcel, descreve: "Temos uma característica que nos faz especiais. Os centros históricos estão colados ao rio".

Três milhões para a navegabilidade do rio Minho

As eurocidades Monção-Salvaterra do Miño e Valença-Tui uniram-se numa candidatura conjunta a fundos comunitários para um projeto com vista à navegabilidade do rio Minho. Prevê-se um investimento de cerca de três milhões de euros e a ideia é a exploração turística do rio, dando visibilidade a património como as pesqueiras, adegas, miradouros e centros históricos.

JN

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