O distrito do Porto, onde habitualmente ocorre um terço dos incêndios florestais portugueses, registou apenas 10% das ignições no período de alerta vermelho de 18 a 22 de agosto, disse hoje o presidente da Federação Distrital de Bombeiros.
"Fosse qual fosse a altura, as ignições no distrito do Porto eram sempre um terço das registadas a nível nacional. Agora, no período em referência, que até era de alerta vermelho, passámos de um terço para um décimo das ignições", referiu à agência Lusa o presidente da Federação de Bombeiros do Distrito do Porto (FBDP), José Miranda.
Entre 18 a 22 de agosto, o distrito do Porto registou, de acordo com um comunicado da FBDP, um total de 3.363 ocorrências, que mobilizaram 6.602 bombeiros.
No mesmo período e no âmbito da atuação do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais, registaram-se 145 ocorrências, "prontamente anuladas, com o empenhamento de 1.621 Bombeiros e 402 meios". A área ardida foi de 34 hectares.
José Miranda sublinhou, a propósito, o "comportamento exemplar" dos cidadãos "pela forma responsável e cívica como assumiram as suas responsabilidades e de um momento para o outro fizeram com que um distrito que historicamente era responsável por um terço das ignições a nível nacional passasse a ter 10% das mesmas".
Destacou também a "capacidade de entrega das mulheres e homens bombeiros no referido período", bem como o "dimensionamento e a articulação do Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Rurais, cuja versatilidade agiliza e muscula a primeira intervenção".
Trata-se de "um conjunto de condições que, ao interagirem entre si, construíram a janela de oportunidade que originou a exceção ao histórico dos últimos anos no distrito do Porto" quanto a incêndios florestais, frisou José Miranda.
Criada em 2005, a FBDP representa mais de quatro dezenas de corporações de bombeiros.
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