Pilotos dos Fogos Alertam para Má Sinalização de Linhas Elétricas - VIDA DE BOMBEIRO

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sexta-feira, 29 de junho de 2018

Pilotos dos Fogos Alertam para Má Sinalização de Linhas Elétricas



Acidentes repetem-se há anos. Pilotos têm medo e querem que regras de sinalização sejam obrigatórias. Veja imagens de locais onde já aconteceram acidentes.

Os pilotos e as empresas de meios aéreos que combatem os fogos estão preocupadas com a má sinalização de muitas linhas elétricas. Nos últimos 18 anos, existiram 27 acidentes, 4 mortos e 9 feridos, mas as regras de sinalização que existem, de acordo com o risco da zona, não são obrigatórias e quem anda no ar a travar as chamas garante que os sustos são muitos.

A sinalização de que se fala é, simplesmente, umas bolas às cores que se veem em algumas linhas elétricas pelo país. A última vítima mortal foi um piloto de um helicóptero alugado em 2017 pelo Estado português à Everjets.

Ricardo Faria, piloto e diretor de operações da empresa, garante que basta ver as fotos para perceber que o vão das linhas, com uma distância enorme entre postes, devia ser balizado, apesar de "como este caso existirem talvez milhares deles no país".

Do lado da HeliPortugal, outra empresa que aluga meios aéreos ao Estado, o comandante Filipe Conceição e Silva faz as mesmas críticas e dá um exemplo de uns cabos que bloqueiam, no Gerês, uma excelente zona para apanhar água.

O piloto dá outro exemplo: um sítio mal sinalizado onde já existiram dois acidentes e mesmo depois do segundo o balizamento continua mal feito.

Os pilotos acusam as empresas elétricas de desleixo e dizem que não percebem o critério de sinalização dos cabos, com a Heliportugal a contar que no ano passado teve uma acidente em que o piloto apenas não morreu por acaso.

Investigadores de acidentes também estão preocupados

O Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves (GPIAFF), que em nome do Estado analisa todos os acidentes em Portugal, admite que também está preocupado com este tema: em abril fizeram mesmo um seminário sobre o assunto e já emitiram recomendações de melhor sinalização de linhas elétricas depois da análise de alguns acidentes no passado.

O diretor adianta à TSF que quase todos os acidentes com linhas elétricas são em fogos e, "não por acaso", sublinha, em nenhum caso as linhas estavam assinaladas.

Nelson Oliveira acrescenta que as regras que existem, definidas pela Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) são opcionais e deviam ser obrigatórias.

Nos acidentes já investigados as regras, opcionais, não estavam a ser cumpridas.

ANAC e elétricas desdramatizam

Contacta pela TSF, a ANAC diz que a regulamentação que existe sobre a balizagem de linhas aéreas define que esta só deve existir em "zonas suscetíveis de representar perigo para aviação, nas proximidades de aeródromos ou áreas de floresta suscetíveis de forte probabilidade de incêndios indicadas/avaliadas pelas entidades competentes".

A ANAC defende que os projetistas das empresas elétricas respeitam essas normas e sublinha que a "própria Direção Geral de Energia e Geologia solicita-nos parecer sobre as novas linhas e suas balizagens".

Do lado das empresas, a EDP Distribuição garante que cumpre rigorosamente com a legislação na instalação das linhas elétricas da rede de distribuição e sinaliza as linhas, "tal como recomendado pela ANAC" no processo de licenciamento das mesmas.

Já a REN afirma que "cumpre todos os requisitos legais e de segurança no planeamento, construção e manutenção das infraestruturas de transporte de energia, adotando as boas práticas para o efeito", colaborando ativamente com as autoridades para melhorar a segurança da navegação aérea, "principalmente na prevenção e combate aos incêndios florestais".

TSF

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