Ourém | “Desorganização” na Proteção Civil Preocupa Bombeiros - VIDA DE BOMBEIRO

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segunda-feira, 21 de maio de 2018

Ourém | “Desorganização” na Proteção Civil Preocupa Bombeiros


Os Bombeiros Voluntários de Caxarias celebraram no sábado, 19 de maio, os 35 anos da sua formação. A Liga dos Bombeiros Portugueses e o Comando distrital da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) estiverem presentes na sessão e a opinião parece ser unânime: pouco se aprendeu com os erros de 2017. 

No início de mais uma época de incêndios, constatou-se a desorganização, a falta de meios e a grande inquietação dos Bombeiros quanto ao que os espera, num universo em que quem combate as chamas se sente muitas vezes injustiçado pela opinião pública.

A sessão solene teve início com um desfile, seguido das condecorações por assiduidade. A corporação com 104 elementos e uma escola para crianças com bastante participação foi diversas vezes elogiada. “A formatura diz tudo”, frisou o Comandante dos Bombeiros de Caxarias, Hélder Silva.

O responsável começou por lembrar um ano de 2017 difícil, admitindo que a corporação ainda está a recuperar. Salientou de seguida as dificuldades em termos de equipamentos e meios, adiantando que o Veículo de Socorro e Assistência Tático (VSAT), benzido na cerimónia, será pago pela instituição, através de várias iniciativas, como o cortejo de oferendas. Agradeceu ainda à Câmara de Ourém o protocolo que permitirá ampliar os balneários.

Dirigindo-se ao Comandante distrital da ANPC, Mário Silvestre, Hélder Silva afirmou que “não aprendemos as lições” de 2017 e que os Bombeiros foram deixados para trás. “O que queremos é que invistam em nós Bombeiros e que tenhamos condições”, frisou, comentando que os Bombeiros de Caxarias foram excluídos de vários concursos para aquisição de equipamentos e não foram contemplados com uma Equipa de Intervenção Permanente. “Não queremos que nos ensinem a pescar, mas que nos dêem acesso ao mar”, terminaria.

Pela Liga dos Bombeiros Portugueses, Adelino Gomes constatou que, apesar de tudo o que se passou no país, para o distrito de Santarém 2017 foi um ano relativamente dentro da normalidade. “Como vítimas ou como negligentes, a imagem dos Bombeiros tem tendência a ser extremada”, elaborou no seu discurso, defendendo que o cidadão também tem que colaborar no combate às chamas. “A sorte dá trabalho”, comentaria.

O responsável frisou no entanto que “não aprendemos nada em 2017. Os nossos governantes não aprenderam nada em 2017. A desorganização é total”.

Este ano, adiantou, “o combate inicial aos incêndios será realizado pelo Grupo de Intervenção Proteção e Socorro (GIPS) da GNR, porém, alertou, estes militares tiveram apenas três meses de formação. Esperemos que corra bem em 2018, mas tenho as minhas dúvidas”, advertiu Adelino Gomes.

O discurso de Mário Silvestre foi semelhante, salientando o responsável que “nada mudou”, contando-se este ano apenas com o GIPS e a Força Especial de Bombeiros (FEB). “Os incêndios de 17 de junho e 15 de outubro vieram demonstrara a falta de cultura de segurança e de organização social para fazer face a incêndios florestais”, considerou. Deixaria assim uma mensagem de incentivo aos Bombeiros, constatando que “o escrutínio de tudo o que se irá passar será enorme”.

Da parte da Câmara de Ourém, o presidente Luís Albuquerque referiu que “o concelho possui ainda 359 incumprimentos no que toca à limpeza de terrenos, num registo inicial que era de 1200. O município lançou o seu procedimento de limpeza, devendo em breve assumir a limpeza dos incumpridores (que ficam sujeitos à respetiva multa)”.

O autarca enumerou os vários protocolos que o seu executivo tem assinado com os Bombeiros, nomeadamente um apoio de 48 mil euros a cada uma das corporações para aquisição de veículos. A Câmara Municipal vai avançar ainda com alterações ao Plano Prévio de Intervenção.

“O município de Ourém vai continuar a fazer um esforço para dotar os Bombeiros de mais e melhores condições”, concluiu.

Fonte: Médio Tejo

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