Somos Um País de Pirómanos? - VIDA DE BOMBEIRO

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sexta-feira, 27 de abril de 2018

Somos Um País de Pirómanos?


O antigo dirigente dos Serviços Florestais dos EUA, Mark Beighley, esteve em Portugal para apresentar um relatório intitulado “Gestão de incêndios florestais em Portugal numa nova era – avaliar riscos de fogo, recursos e reformas”. No documento que foi apresentado no passado dia 20 de abril no Instituto Superior de Agronomia, é feita uma fundamentada e documentada análise à realidade dos incêndios florestais em Portugal.

Como habitualmente os que deviam debruçar-se, com estudo e ponderação sobre o que a comunidade técnica e cientifica – nacional ou estrangeira – vai produzindo sobre esta problemática, resumiram a sua apreciação aos comentários do costume, repetitivos, vazios de conteúdo e incapazes de desfazer os efeitos provocados na opinião pública pelas mensagens chave emitidas por mais um documento tecnicamente validado.

Li na integra o relatório de Mark Beighley e encontro nele aspetos positivos (porque solidamente fundamentados) e outros de natureza meramente especulativa.

Não cabe neste espaço analisar com a profundidade exigível uns e outros. Mas entendo necessário que reflitamos nesta afirmação do referido especialista a propósito do elevado número de ignições que o nosso país regista: “Quando comparado com outros países do sul (da Europa) com as mesmas condições meteorológicas e de combustíveis, Portugal apresenta um desproporcional número de ignições de origem humana face à sua população”. E acrescenta: “Não são terroristas, não são aviões, são os vossos vizinhos que provocam incêndios. Os portugueses são o problema, mas também são a solução”.

A este propósito cabe perguntar: alguém já estudou com a necessária sustentação técnica e cientifica as causas desta evidência? É que só se combate com eficácia o que efetivamente se conhece. Pelo que em matérias desta complexidade, os palpites são apenas isto: palpites.

Fonte: Reporter Caldeira

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