As negociações com o Governo sobre o Dispositivo Especial de Combate aos Incêndios Florestais (DECIF) decorrem "em bom andamento" e com "grande abertura" para acolher as reivindicações dos bombeiros, disse hoje o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP).
"As negociações estão em bom andamento, sentimos que há grande abertura para a concretização das nossas propostas e que há sentido de responsabilidade dos prazos que têm que ser respeitados", disse Jaime Marta Soares, acrescentando que acredita que o Governo vai cumprir o prazo de 30 de março para apresentação de propostas sobre a diretiva financeira e a diretiva operacional do DECIF.
O presidente da LBP esteve hoje reunido com o secretário de Estado da Proteção Civil, Artur Neves, no Ministério da Administração Interna (MAI), num encontro que serviu para "limar algumas arestas" e do qual a LBP saiu com a crença de que os bombeiros receberiam até ao fim do mês as diretivas "devidamente fechadas, que contemplam, se não a totalidade, a maioria das propostas" apresentadas pelos bombeiros.
"Das questões que colocámos nada me leva a dizer que elas não vão ser aceites, mas é como dizia São Tomé: ver para crer. Daquilo que conversámos não há uma grande distância em relação ao que são as nossas expectativas, mas só ficaremos satisfeitos quando tivermos em nosso poder documentos que nos permitam ter 'preto no branco' as propostas que temos vindo a apresentar", disse Marta Soares.
O presidente da LBP disse que o aumento das compensações financeiras aos bombeiros que integrem o DECIF é um "assunto efetivamente ultrapassado", com os bombeiros a receberem 50 euros por cada dia de combate a incêndios e os comandantes 65 euros por dia.
Segundo Marta Soares o secretário de Estado adiantou ainda que, apesar de ainda não ter sido divulgada a composição de DECIF deste ano, este deverá ser testado num "grande exercício", a acontecer até maio, para avaliar a sua capacidade de resposta, proposta que tem "a anuência dos bombeiros".
Em dezembro passado, a LBP deu um prazo de 45 dias para obter respostas do Governo às propostas de reformas que defende para o setor, nomeadamente uma direção nacional dos bombeiros autónoma e independente, com orçamento próprio, um comando autónomo dos bombeiros, a criação de zonas operacionais e respetivos comandos operacionais, a instalação de mais 250 equipas especiais de primeira intervenção, a alteração do regulamento das equipas e massa salarial ou a criação de comissões distritais de reequipamentos.
A LBP reuniu-se a 27 de fevereiro com o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, depois de ter apresentado um documento, aprovado no seu Conselho Nacional Extraordinário, realizado em Palmela, no qual se identificam as principais preocupações dos bombeiros para poderem integrar o DECIF de 2018.
A reunião ocorreu um dia antes da data limite, o dia 28 de fevereiro, anunciada pela LBP, para que o Governo se pronunciasse sobre o seu teor.
Fonte: Noticias ao Minuto
Sem comentários:
Enviar um comentário