Relatório de Pedrógão Grande Provoca mais Demissões na Proteção Civil - VIDA DE BOMBEIRO

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sábado, 14 de outubro de 2017

Relatório de Pedrógão Grande Provoca mais Demissões na Proteção Civil


A saída de Joaquim Leitão da presidência da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) já está decidida pelo Governo. 

O coronel do Exército, nomeado para o cargo a 24 de outubro de 2016, só ainda não saiu porque o substituto está por escolher. Ao que o CM apurou, o golpe final para Joaquim Leitão foi o relatório da Comissão Técnica Independente (CTI) sobre a tragédia de Pedrógão Grande. No documento fica provado que a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, recebeu a 6 de julho um relatório da ANPC sobre o fogo de Pedrógão com informações ambíguas. 

Um exemplo: a ANPC informou que pelas 16h43 estavam empenhados 167 operacionais, 48 viaturas e 2 meios aéreos quando, na realidade, estavam no terreno 68 operacionais e 22 viaturas, sem meios aéreos. 

O empenho de meios aéreos nas primeiras duas horas de fogo, estando disponível apenas uma aeronave, quando deviam estar três, funciona também em desfavor de Joaquim Leitão, assim como a polémica das licenciaturas dos comandantes distritais. O presidente da ANPC declinou ontem comentar, afirmando "estar a analisar o relatório". A ministra da tutela também recusou ontem demitir-se no Parlamento, no mesmo dia em que foi anunciado o prolongamento, até dia 31, do período de defesa da floresta. 

Pontos essenciais do relatório 

- Poderiam ter sido tomadas medidas nas primeiras horas do combate para evitar consequências mais graves; 
- Alerta precoce poderia ter evitado a maioria das 64 mortes; 
- Existiram falhas no comando do combate ao fogo e faltaram medidas que poderiam ter moderado os seus efeitos; 
- Excluída responsabilidade da GNR em direcionar carros para a Estrada Nacional 236, onde morreram 30 pessoas; 
- Opções táticas e estratégicas tomadas durante o combate ao incêndio contribuíram para as consequências catastróficas; 
- Incêndio demonstra que os sistemas de combate não estão preparados para enfrentar as alterações climáticas; 
- Autoridades não tiveram a perceção da gravidade, pelo que no combate inicial não foram mobilizados todos os meios disponíveis; 
- Atual comandante operacional nacional da Proteção Civil, Albino Tavares, ordenou aos operadores de comunicações que não registassem mais alertas na fita do tempo do incêndio de Pedrógão Grande; - Mais de metade das mortes no incêndio de Pedrógão Grande ocorreram num espaço de tempo de cerca de 15 minutos; 
- SIRESP está baseado em tecnologia ultrapassada e obsoleta, tendo sido notória a falha deste sistema de comunicações e das redes móveis; 
- Presença excessiva de autoridades junto do posto de comando operacional perturbou o combate ao incêndio, a par de alguma menor experiência no comando; 
- Incêndios que começaram em Pedrógão Grande (onde arderam 28 914 hectares) e Góis (17 521 hectares) foram causados, respetivamente, por descargas elétricas mediadas pela rede de distribuição de energia e por um raio; - Comandante operacional nacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil deveria ter tido uma presença ativa durante o incêndio de Pedrógão Grande.

Fonte: Correio da Manhã

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