A discursar no Congresso Nacional da Liga dos Bombeiros Voluntários, que termina este domingo, em Fafe, o primeiro-ministro falou sobre a reforma da floresta, desfazendo-se em elogios ao papel dos operacionais.
Costa defendeu que a reforma da floresta que o Governo quer colocar em marcha passa por "unir e não dividir, somar e não separar", rejeitando dicotomias entre a prevenção e o combate aos incêndios e entre o trabalho voluntário e profissional dos operacionais.
Partindo das conclusões do relatório apresentado pela Comissão Técnica Independente sobre os incêndios de junho, o primeiro-ministro reiterou que o Governo tem "o estrito dever" de aplicar o que é pedido e salientou que é preciso trabalhar tanto para os "grandes desafios de médio e longo prazo" como para a "urgência" das ameaças do momento. "Amanhã temos que ter maior capacidade do que ontem", afirmou.
Aproximar prevenção e combate
Salientando que "reforçar a prevenção não é enfraquecer o combate" e que "é cada vez mais necessário que estes dois pilares estejam juntos no domínio dos incêndios florestais", o primeiro-ministro realçou a urgência de uma "cultura de segurança mais partilhada por todos os cidadãos".
"E a prevenção começa na Proteção Civil preventiva, na educação desde o jardim-de-infância (...), na integração do valor e de todas as técnicas de prevenção contra todos os riscos nos currículos do sistema educativo, numa melhor informação através dos órgãos de comunicação social", afirmou Costa.
Aqui, o primeiro-ministro apelou aos bombeiros voluntários que possam ter um papel ativo na educação preventiva das populações, uma vez que usufruem do "entrosamento comunitário" que lhes permite difundirem informação junto de escolas, aldeias, povoações e imprensa.
Reforçar capacitação e especialização
Para que Portugal possa "aproveitar na plenitude os recursos" de que dispõe, nomeadamente as "capacidades das forças de segurança", Costa apela a uma maior integração das Forças Armadas no combate aos fogos, no que diz respeito ao "patrulhamento e apoio logístico", "apoio na fase de rescaldo" e "apoio direto às populações", afirmando não ser compreensível que "os meios de combate aéreos aos incêndios não estejam integrados como missão da Força Aérea".
"Nunca mais quero ouvir dizer 'aqui não chegou ninguém porque estavam todos ocupados a combater o fogo na floresta'", afirmou, salientando a necessidade de haver "alguém cuja missão é defender as pessoas, porque não há bem maior que a vida humana".
O chefe do Governo assinalou que todos os agentes da proteção civil, incluindo os bombeiros, têm de "fazer um esforço de capacitação", que só "valoriza" o seu contributo.
Costa lembrou que os bombeiros profissionais não podem ser "competidores" dos bombeiros voluntários, realçando que "os Bombeiros Voluntários são voluntários na vocação e profissionais na ação".
"A opinião do Governo é que o país não tem gente a mais, todos são necessários, e há uns que são indispensáveis, são os bombeiros voluntários portugueses (...) na prevenção e no combate, na profissionalização e na capacitação, e também na especialização".
"O país não quer, não pode e não deve desperdiçar esta riqueza única que são os bombeiros voluntários portugueses", concluiu António Costa.
Fonte: JN
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