Bombeiros de Aveiro Emocionados com Solidariedade da População - VIDA DE BOMBEIRO

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sábado, 21 de outubro de 2017

Bombeiros de Aveiro Emocionados com Solidariedade da População


O comandante dos Bombeiros Novos de Aveiro, Ricardo Fradique, mostrou-se hoje emocionado com a manifestação intitulada "Portugal contra os Incêndios", que juntou cerca de 300 pessoas em Aveiro.

"Estamos emocionados por ver o povo aveirense a agradecer aos seus bombeiros aquilo que pudemos fazer. Não há dúvida que estão a reconhecer o nosso esforço e é isto que nos move e que nos vai fazer continuar a desempenhar a nossa missão o mais possível", disse à Lusa Ricardo Fradique.

Trajados de negro e empunhando cartazes com frases como "Bombeiros heróis", "Terrorismo nunca mais" e "Queremos mudanças nas penas dos incendiários. Queremos proteção da floresta e do povo", os manifestantes percorreram várias ruas de Aveiro num desfile silencioso, que passou pelo quartel dos Bombeiros Velhos e terminou no quartel dos Bombeiros Novos.

O silêncio só foi quebrado em frente aos quartéis das duas corporações de bombeiros da cidade, onde os manifestantes estiveram largos minutos a bater palmas, perante os soldados da paz, visivelmente emocionados.

Na ocasião, foram ainda recolhidos donativos para os bombeiros e distribuídas fichas de inscrição de associados das corporações locais.

André Martins, um dos elementos da organização, explicou que esta iniciativa teve como objetivo protestar contra a atuação do Estado nos incêndios e agradecer aos bombeiros o trabalho que têm feito.

"Vimos por este meio, sem qualquer tipo de preconceito, dizer o que nos vai no peito. Ninguém tem o direito de deixar o país desfeito. Obrigado a todos os soldados da paz, enquanto o Governo nada faz. Palavras de consolação não alimentam ninguém, reflitam, pensem bem", escreveu André Martins, num poema que foi proclamado no início da manifestação.

Jorge Jesus deslocou-se de Vagos, um dos concelhos mais fustigado pelos incêndios no último domingo, para pedir "mais meios aéreos e mais bombeiros no terreno".

Miguel Varela disse que esteve na manifestação para expressar solidariedade em relação aos bombeiros.

"Muitas vezes os bombeiros são injustiçados e incompreendidos, porque as pessoas queixam-se que eles nunca estão presentes e é impossível estarem em todo o lado", disse este manifestante que na madrugada de domingo viu o fogo chegar "muito perto" da sua casa em Quintãs, Aveiro.

Por outro lado, diz que "é preciso dizer basta", adiantando que "todos os anos, assistimos a isto por todo o país, este ano com maior violência, com perdas de vidas humanas".

"Chega. Acho que não faz sentido, ano após ano, estar com desculpas. Temos de proteger aquilo que é nosso e acho que já é tempo de deixar de haver desculpas e passar a haver ação", sintetizou.

As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 44 mortos e cerca de 70 feridos, mais de uma dezena dos quais graves.

Os fogos de domingo obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões norte e centro.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.

Fonte: Noticias ao Minuto

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