Equipamentos que Salvam Vidas Instalados nas Ruas de Albufeira - VIDA DE BOMBEIRO

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sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Equipamentos que Salvam Vidas Instalados nas Ruas de Albufeira


Treze desfibrilhadores automáticos para socorrer vítimas de doença cardiovascular foram instalados em locais chave de Albufeira. O objetivo é “tornar o concelho mais seguro em situações de emergência médica relacionadas com a ocorrência de doença súbita”. Com estes equipamentos, as equipas médicas vão poder atuar imediatamente em caso de paragem cardíaco-respiratória e, assim, salvar vidas. Atualmente, apenas 3% das vítimas de morte súbita cardíaca sobrevivem

A Câmara Municipal de Albufeira apresentou, na passada quinta-feira, o “programa de desfibrilhação automática externa de natureza comunitária”, que entrará em funcionamento no próximo mês de outubro.

A autarquia acredita que este projeto – que consiste na instalação de 11 desfibrilhadores automáticos na via pública e outros dois em veículos, bem como na formação em Suporte Básico de Vida (SBV) e Desfibrilhação Automática Externa (DAE) de 170 pessoas, entre civis, funcionários municipais e elementos da GNR e dos bombeiros – terá “um grande impacto na qualidade de vida da comunidade concelhia”.

“A morte súbita cardíaca representa nos países desenvolvidos, incluindo Portugal, a principal causa de mortalidade. Em Portugal, estima-se que existam todos os anos 10 mil casos de morte súbita cardíaca, o que corresponde a uma média de 27 casos por dia. Nestas situações temos que ser muito rápidos a atuar porque a cada minuto que passa, a probabilidade da vítima sobreviver diminui cerca de 2%, o que significa que ao fim de 10 minutos pode chegar a melhor equipa médica do mundo, que já não vai poder fazer nada pela vítima”, explicou Marco Castro, diretor da empresa Ocean Medical, responsável pela instalação dos DAE.

“Um minuto pode salvar uma vida!”

Nesta fase, os equipamentos estão a ser instalados na via pública e em locais chave do concelho. As juntas de freguesia, os paços do concelho, o pavilhão desportivo municipal, as piscinas municipais, a Avenida Sá Carneiro (Oura), a Avenida da Liberdade (Farmácia Alves de Sousa), o posto da GNR na baixa de Albufeira, o miradouro do Pau da Bandeira, a freguesia de Ferreiras (rotunda), a freguesia da Guia (junto à capela), a freguesia de Olhos de Água (rua Torre da Medronheira), a freguesia de Paderne (posto de saúde), os bombeiros de Albufeira (DAE móvel para utilização de eventos) e a Polícia Municipal (DAE móvel) são os locais onde podem ser encontrados os desfibrilhadores.

“No nosso país, as doenças cardiovasculares constituem um dos problemas de saúde mais graves para a população, representando a principal causa de morte. Em Albufeira, estamos atentos a esta realidade e, por isso, decidimos promover a assistência à vítima em paragem cardíaco-respiratória, com a implementação de desfibrilhadores automáticos externos em todas as freguesias do concelho, oferecendo, deste modo, a quem reside e a quem nos visita uma segurança acrescida”, referiu o presidente da câmara, Carlos Silva e Sousa, explicando que, em Albufeira, além da população residente, há uma população flutuante que chega a atingir o meio milhão de pessoas. “Espero que estes equipamentos cumpram o seu propósito que é salvar vidas. Vamos trabalhar em rede com as diversas entidades policiais, proteção civil, autoridade marítima e bombeiros, desenvolvendo um programa de formação para todos os interessados. Um minuto pode salvar uma vida!”, concluiu o autarca.

“Apenas 3% das vítimas de morte súbita cardíaca sobrevivem”

Segundo apurámos, os desfibrilhadores estão a ser instalados na via pública dentro de cabines especialmente preparadas para o efeito e sinalizadas. A abertura destas cabines é realizada remotamente através da central de comunicações dos bombeiros de Albufeira, que funciona 24 horas por dia durante todo o ano.

“Quando uma cabine é aberta, são de imediato contactados, através de chamada telefónica automática, todos os socorristas de proximidade, num sistema inovador, que permite iniciar mais rapidamente as manobras de reanimação, ainda antes da chegada do 112, e com isto aumentar significativamente a probabilidade de sobrevivência da vítima”, explicam os responsáveis.

Refira-se que apenas 3% das vítimas de uma morte súbita cardíaca sobrevivem, ou seja, 97% acabam por morrer. “Temos que combater este número e aproximarmo-nos de países com a Holanda ou a Bélgica, que têm taxas de sobrevivência a rondar os 30%. E isso faz-se através deste tipo de iniciativas”, frisou Marco Castro.

Por sua vez, a autarquia de Albufeira adianta que “qualquer residente pode integrar a equipa de socorristas de proximidade”, devendo para isso frequentar um curso de Suporte Básico de Vida e DAE.

“Congratulo-me por haver uma câmara a lançar este projeto, que vai ter capacidade de reanimação e desfibrilhação precoce e, assim, conseguir salvar vidas num concelho que tem uma população flutuante que, em determinados momentos do ano, ultrapassa largamente o número de residentes”, salientou o cardiologista Jorge Mimoso, membro da direção da Sociedade Portuguesa de Cardiologia.

Fonte: Jornal do Algarve

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