Os Recursos para Um Fim, e o Fim dos Recursos - VIDA DE BOMBEIRO

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sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Os Recursos para Um Fim, e o Fim dos Recursos


Em princípios de 2002, após compilação e análise de vários dados estatísticos e de algumas iniciativas que envolveram quer a CMA quer os SMAS recomendei a racionalização e padronização da nossa frota de VTT’s (que chegou a ser de 5 viaturas). Na altura determinei que o efectivo mínimo necessário para o nosso CB deveria ser de duas unidades e o máximo recomendável seriam três. Unidades gémeas e com características idênticas quer de capacidade de transporte de volume de água quer de bombagem, quer de manobra tática em T.O’s, seria o ideal.

Pouco depois da minha saída em finais de 2003 foi possível adquirir e incorporar duas unidades de VTT quase gémeas que a par com a reconversão e relevante melhoria da capacidade de bombagem do VTT IVECO vieram assegurar um bom nível de capacidade operacional e adequação funcional ás necessidades.

Não me deterei em detalhes técnicos.

As duas novas unidades de VTT em chassis MERCEDES não eram o suprassumo mas eram não só o possível como representaram um excelente passo na direcção certa.

O investimento foi integralmente da instituição e da CMA.

Importará agora analisar os serviços prestados por estes meios.

Não é necessário “ir a Coimbra” para perceber que desde as atribuições “ciclópicas e megalómanas” de efectivos GPI de VF+ VT+VT, passando pelas contantes mobilizações para fora de zona e indo até à afectação de uma das unidades à Coluna Nacional de Socorro, muita gentinha procurou brilhar à sombra de recursos que não só não lhes pertencem como ainda nem sequer lhes mereceram um cêntimo de investimento. 

Estes “devaneios” à custa de recursos próprios de terceiros deveram-se sempre à entidade designada por “Autoridade”, dita “Nacional”, de “protecção Civil” (seja lá isso o que for no entendimento do militar que a dirige)…

Aliás esta mesma ANPC que solicita estes meios é a mesma entidade que nos informou que não se justificaria comparticipar a aquisição de um novo VFCI. Isto num concelho com as características periurbanas da Amadora e com as características de zonas degradadas que toda a cidade tem. São dotados de uma competência técnica impar certos gentios que abundam pelas bandas de Carnaxide …
Agora, o Corpo de Bombeiros ficou mais pobre. Perdeu um meio operacional relevante. 

Consequentemente a população da Amadora e todos aqueles que em trânsito pelo conselho se encontram à sua responsabilidade estão mais desprotegidos. 

Um caminho traiçoeiro na noite cerrada e no meio da floresta proporcionou um acidente que resultou felizmente em consequências menores para a guarnição, mas na perda total da viatura.

? Será que os “beneficiários” e os “usufrutuários” deste meio (recorde-se que há semanas a fio que esta viatura anda a correr o País e está fora do Concelho da Amadora) vão assumir as suas responsabilidades? … Pois …

E já agora recordemos a razão pela qual existem tantos Bombeiros Voluntários em Portugal. De forma sucinta a génese dos nossos Bombeiros Voluntários é a Auto-Protecção das populações. 

Grupos de homens-bons organizaram-se por todo o Reino, depois por toda a Républica (em suma por todo o País) fazendo algo face a um estado que não fazia coisa nenhuma. … E isto há mais de seiscentos anos de história dos Bombeiros em Portugal.

Nação Valente.

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