Jaime Marta Soares: “Não Reconheço Isenção à Proteção Civil” - VIDA DE BOMBEIRO

________________________________________________________________

________________________________________________________________

________________________________________________________________

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Jaime Marta Soares: “Não Reconheço Isenção à Proteção Civil”


Ao Expresso, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses diz que a Autoridade Nacional de Proteção Civil, responsável pelo inquérito sobre o fornecimento de refeições aos bombeiros que combateram grandes fogos em agosto, não pode ser “juiz na própria casa”. MAI confirma que a direção de fiscalização da ANPC monitoriza as refeições dos operacionais.

O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, considera que o inquérito ordenado pelo Ministério da Administração Interna à Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) sobre as "condições de fornecimento de refeições aos bombeiros" não passa de uma "fuga para a frente", uma vez que "a ANPC é uma das responsáveis do processo".

Marta Soares explica, em declarações ao Expresso, que apesar de acreditar que o inquérito "se justifica perfeitamente", a investigação deveria ser conduzida por "uma autoridade independente ligada ao sector". Tudo porque "a ANPC também está envolvida, coordena e comanda as operações – mas o que corre bem é com eles, e o que corre mal é com os outros". "Não lhe reconheço isenção, não pode ser juiz na sua casa", remata.

As declarações vêm no seguimento da ordem do secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, que esta segunda-feira ordenou um inquérito à ANPC sobre as condições de fornecimento de refeições aos bombeiros que têm participado, em agosto, no combate aos grandes incêndios. Em nota enviada à agência Lusa, o Ministério refere que a ordem ""tem por base várias denúncias, segundo as quais as refeições são inapropriadas, face ao desgaste a que os operacionais são sujeitos neste tipo de missão".

Questionado pelo Expresso, o Ministério da Administração Interna detalha que "a realização do inquérito caberá à Direção Nacional de Auditoria e fiscalização da ANPC, estrutura que tem por atribuições a verificação e monitorização da aplicação da Directiva Operacional Nacional - DECIF 2017, da qual decorrem as obrigações relacionadas com a logística dos Teatros de Operações, como é exemplo a alimentação". A ANPC é responsável por "suportar financeiramente as refeições dos operacionais que participam no combate aos incêndios", refere a agência Lusa, que lembra que cabem a cada bombeiro "sete euros por cada almoço e jantar, pequeno-almoço, lanche e dois reforços (1,80 euros)". Ao Expresso, Jaime Marta Soares diz que as queixas "têm toda a razão de ser" e são sobre vários aspetos "avulsos" do fornecimento de refeições.

As conclusões do inquérito deverão ser entregues ao Ministério até dia 30 de setembro.

Fonte: Expresso

Sem comentários:

Enviar um comentário