Marta Soares: ‘lei da rolha’ mostra “falta de confiança em quem está no terreno” - VIDA DE BOMBEIRO

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quarta-feira, 19 de julho de 2017

Marta Soares: ‘lei da rolha’ mostra “falta de confiança em quem está no terreno”


Segundo o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, “é um crime a informação ter de passar a sair do local, para ser filtrada, para ser dita por Lisboa, sem espelhar a experiência” de quem está no terreno.

O veto de comunicação da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) aos comandantes dos bombeiros que estão no terreno – a dita ‘lei da rolha’ – “não faz sentido nenhum”, é um “atentado ao direito de informação” e demonstra uma “falta de confiança” nos quadros dos socorristas, aponta Jaime Marta Soares, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, em declarações ao Expresso.

“É uma demonstração de falta de confiança em quem está no terreno. Se não servem para dar informações, como é servem para comandar?”, questiona.

A partir desta quarta-feira, a ANPC passa a assumir, por completo, todas as comunicações sobre os incêndios que ocorrem no país e deu instruções aos comandantes de bombeiros no terreno e respetivos subordinados para se concentrarem “no essencial”. Ou seja, no combate aos fogos.

A ANPC justifica esta medida com a necessidade de divulgação de informação completa e atualizada em matéria de incêndios rurais e anunciou que vai fazer dois briefings diários, incluindo aos fins de semana, sobre os incêndios no país, um de manhã e outro ao final do dia.

Para Marta Soares, trata-se de uma “desculpa esfarrapada”, um “desviar de atenções” dos problemas que possam existir no terreno. “Há sempre um oficial dos bombeiros que pode fazer essa comunicação, treinado para esse propósito, se o comando estiver bem organizado”, diz ao Expresso.

Entre os principais prejudicados desta medida encontra-se a população local, pois deixará de ter acesso a informação regular sobre a evolução dos incêndios. Segundo o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, “é um crime a informação ter de passar a sair do local, para ser filtrada, para ser dita por Lisboa, sem espelhar a experiência” de quem está no terreno.

“Espero que a ANPC suspenda esta medida, tendo conta a justificação vaga que deu”, reitera Marta Soares.

Expresso

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