PCP e BE Querem Comunicações de Emergência nas Mãos do Estado - VIDA DE BOMBEIRO

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sexta-feira, 30 de junho de 2017

PCP e BE Querem Comunicações de Emergência nas Mãos do Estado


Com as sucessivas falhas do SIRESP os dois partidos da esquerda parlamentar querem que governo crie rede alternativa que não seja controlada por privados.

O PCP e o Bloco de Esquerda querem que o Estado tome o controlo da rede de comunicações de emergência, hoje nas mãos de privados e que custa mais de 40 milhões de euros por ano, nas contas feitas esta semana pela própria ministra da Administração Interna na audição no Parlamento.

Para os comunistas trata-se de uma parceria público-privada “absolutamente desastrosa e que nunca devia ter existido” que, segundo o deputado Jorge Machado, tem significado um “péssimo negócio para o Estado”, referindo-se a várias falhas do SIRESP ao longo do tempo.

Assim, para o Partido Comunista Português - e no plano imediato - devem ser tomadas medidas “para que falhando o SIRESP sejam encontradas alternativas viáveis e rápidas entre os bombeiros e as Forças Armadas para implementar esses sistemas de comunicações”.

Como segundo passo e a médio longo prazo, Jorge Machado considera, em declarações à Renascença, que é preciso repensar o sistema.

“Nós julgamos que o Estado tem de ter nas suas próprias mãos e no controlo público uma rede de comunicações de emergência em que o Estado controle e domine a rede criando redundâncias e respostas suficientes para as situações de emergência”.

O deputado comunista considera que não é possível continuar com um cenário “em que o SIRESP parece funcionar bem menos nas situações em que ele é mais preciso, nas situações de calamidade pública em que objectivamente tem vindo a falhar”.

Jorge Machado deixa contudo um alerta: “enquanto não temos um novo modelo controlado pelo Estado, naturalmente que seria irresponsável quebrar a rede SIRESP e não permitir a sua existência”.

O contrato da rede termina em 2021 e até lá os comunistas aconselham o Governo a encontrar uma alternativa.

Resgate-se o SIRESP para o Estado, diz o Bloco

No debate quinzenal com o primeiro-ministro esta semana a coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, disse a António Costa “resgate-se o SIRESP para o público para poder ser responsabilizado e faça-se aí as alterações que devam fazer sem deixar de responsabilizar os privados onde eles devam ser responsabilizados”.

E os bloquistas vão continuar a insistir nesta ideia, ou seja, que “o Estado não deve continuar a pagar a privados numa parceria público-privada que tem as consequências desastrosas que tem para o erário público e continua a pagar um sistema que não funciona quando deve.

A deputada do Bloco de Esquerda Sandra Cunha recorda à Renascença que já o ano passado o sistema falhou e, por isso, renova a vontade de “todo o sistema de comunicações assim como o sistema de protecção às populações e de segurança das populações deve estar nas mãos do Estado”.

Questionada se o serviço e a rede de comunicações de emergência deve reverter para o Estado, Sandra Cunha diz que é exactamente isso, o sistema “deve ser não só gerido, mas também deve estar nas mãos do Estado, deve ser propriedade pública e não deve estar a contribuir para anualmente fornecer rendas aos privados”.

Ora, e como é que isso se pode fazer? A deputada do Bloco sublinha que estamos a falar de um serviço “e isso tem a ver com a renegociação dos contratos, uma vez que não cumpre, que falha o sistema, o sistema tem de ser melhorado, reforçado, mas passando para as mãos do Estado sem qualquer problema”.

A deputada vai mesmo mais longe e diz que "os governos e até os governos anteriores não se têm coibido de quebrar contratos com a população, com os portugueses e com as portuguesas, há sempre problemas realmente é em quebrar contratos com os privados".

Para os bloquistas não é necessário criar uma rede de comunicações de emergência de raiz, já que “a base existe”. Assim o que tem de ser feito “ é melhorar o sistema, garantir que não existem zonas de sombra”.

Sandra Cunha recorda que “a rede SIRESP não funciona em determinados locais, já foi falado o aeroporto de Lisboa, os estádios de futebol, ou zonas subterrâneas” e que por isso é preciso “garantir a cobertura em todo o lado, garantir os sistemas de redundância”.

Fonte: Renascença

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