João Fernandes, que sofria de asma, morreu aos 16 anos, no dia 7 de maio, devido a uma reação alérgica a um medicamento.
A causa da morte só esta semana foi conhecida, quando a família recebeu o relatório da autópsia. O documento relaciona o óbito ao remédio dado ao bombeiro no Centro de Saúde de Arouca. A família está destroçada e acusa a unidade de negligência médica, até porque a asma de João era conhecida no centro de saúde. Na ficha clínica, disponível no sistema informático, constava todo o histórico do jovem.
"Quando estava mais aflito, o João recorria várias vezes ao centro de saúde e fazia nebulizações. Desta vez não sei o que se passou", conta ao CM a mãe Maria Teresa, revoltada com a tragédia. "Não quero dinheiro, nem vingança. Só quero justiça", afirma a mãe do jovem estudante do curso profissional de pastelaria. Segundo Maria Teresa, o filho João recorreu ao centro de saúde de Arouca devido a uma dor de cabeça. A médica de serviço, recorda a mãe, administrou-lhe um medicamento – ácido acetilsalicílico. Segundo apurou o CM junto do Infarmed - Autoridade Nacional do Medicamento, o remédio não é recomendado a asmáticos.
A reação alérgica foi violenta e o jovem entrou em paragem cardiorrespiratória. "Os enfermeiros começaram numa correria. As pessoas na sala de espera ficaram desesperadas, sem saber o que se passava. Percebi logo que era o meu filho e quando o vi na maca, entubado, fiquei em choque", acrescenta. Uma enfermeira tentou acalmá-la, mas quando Maria Teresa perguntou se o João ia ficar bem, esta baixou os olhos e disse não saber.
A mãe previu o pior. Ainda foi possível reverter a situação, mas o jovem viria a morrer no Hospital S. João, no Porto, para onde tinha sido entretanto transferido em coma induzido.
Fonte: Correio da Manhã
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