Comecemos então por refletir sobre como se constitui e quantos são aqueles que constituem o, ou um dos, exercito mais barato do Mundo.
A história dos bombeiros remetem-nos para tempos longínquos, mais precisamente para os finais do seculo XIV, onde D. João I através de Carta Régia determinava que os carpinteiros e calafates deviam acorrer aos incêndios com seus machados e as mulheres com seus cântaros ou potes.
Em Lisboa e no ano de 1880 é criada a Companhia de Voluntários Bombeiros, transformada em 1880 na Associação de Bombeiros Voluntários de Lisboa, com o crescer do associativismo, e desde essa data, em pouco mais de três décadas foram criadas 82 Associações de Bombeiros Voluntários de cariz privado, hoje em dia estima-se que em Portugal existam cerca de 430 Associações de Bombeiros Voluntários.
Entende-se uma “Associação" como sendo a ação ou efeito de associar, unir, juntar, agrupar, reunir, é uma entidade que congrega pessoas com interesses comuns.
É por definição própria que as Associações de Bombeiros Voluntários são pessoas colectivas sem fins lucrativos, têm por fim deter e manter um Corpo de Bombeiros, cuja finalidade é a de acautelar às populações a segurança que lhes é devida e constitucionalmente garantida.
Um Corpo de Bombeiros ( CB ) é uma unidade operacional e tecnicamente organizada, preparada e equipada para o cabal exercício das missões que por lei são-lhes atribuídas, insere-se dentro de uma entidade detentora que no caso dos Corpos de Bombeiros Voluntários é uma associação humanitária de bombeiros.
Em 1930 nasce a Confederação das Associações e Corpos de Bombeiros designada por Liga dos Bombeiros Portugeses (LBP).
Entidade que se define de fins não lucrativos, de natureza e tradição apartidária, constitui um instrumento de cooperação, consulta e representação dos seus associados, nas relações com os Órgãos de Soberania, congrega, representa e assume a defesa dos interesses comuns dos seus associados ( As Associações de Bombeiros Voluntários ) e participa na definição das políticas nacionais nas áreas da protecção e socorro às populações, nomeadamente nas iniciativas legislativas respeitantes ao sector de Bombeiros.
Passando agora aos tais “Soldados” do “Exercito mais barato do Mundo”, por definição a palavra “Voluntário” é entendida por “Voluntario é aquele que age sem constrangimento ou coação, espontaneamente, que se alia a uma causa ou incumbência para a qual não estava obrigado", e até aqui tudo parece bastante legítimo.
Mas, e perante alguma legislação atual, constata-se que “ O bombeiro voluntário está obrigado a cumprir um mínimo de 200 horas de serviço operacional por ano, das quais, no mínimo, 160 horas correspondem às atividades Socorro às populações (desabamentos, acidentes, socorro a náufragos, buscas subaquáticas e urgência pré –hospitalar), a Piquetes ( atividade de prontidão integrando forças de prevenção e reserva preparadas para ocorrer a situações de emergência), Simulacros ou exercícios (a atividade de treino e simulação de ocorrências, com vista a melhorar a proficiência dos bombeiros e avaliar procedimentos e planos ) e no mínimo 40 horas correspondem à atividade de instrução.
- Mas afinal alguém que é voluntário afinal está obrigado a cumprir um numero mínimo de horas de serviço, mas é voluntário.
- Se foi subentendido que por operacional há um numero mínimo de horas de serviço para que o socorro não tenha falhas, então porque não se profissionaliza o socorro?
Os números de Bombeiros Voluntários no ativo anunciados na comunicação social por diferentes entidades é muito contraditória e díspar, por certo as contas vão sendo feitas conforme vai dando jeito.
- Afinal quantos Bombeiros Voluntários no ativo existem em Portugal?
- Qual seria o número necessário ou o ideal?
Há entidades que falam em cerca de 40 mil Bombeiros Voluntários, isto em números totais e contabilizando os Bombeiros no Ativo e em outras situações ( Reserva, Quando de Especialistas ), com estes numeros daria em média cerca de 100 Bombeiros por cada CB. Se tais números não possam parecer desajustado para um CB de um meio urbano, já para um CB de um meio rural isto é muito duvidoso.
A quem dará jeito a inflação do número de Bombeiros Voluntários?
O ingresso num CB como Bombeiro Voluntário faz-se com a idade mínima de 18 anos, e máxima de 35, para tal deve dirigir-se ao Corpo de Bombeiros da sua área de residência e efectuar a inscrição como estagiário. Como estagiário e nesta fase é de carater obrigatório a frequência com aproveitamento do Curso de Instrução Inicial de Bombeiro, composto por seis módulos com um total de 350 horas de formação.
O curso de instrução inicial de Bombeiro é composto por formação teórica e prática para ingresso na carreira de bombeiro e que tem como objectivo a formação em seis grandes áreas num total de 350 horas de formação.
Recentemente pode-se constatar na comunicação social o apelo ao voluntariado da Sra Ministra da Administração Interna e há não muitas semana leu-se o Sr. Presidente da LBP a afirmar que o numero de Bombeiros Voluntários não é suficiente, com afirmações e apelos deste género que pode a sociedade pensar e temer?
Tudo isto se torna menos sensato e mais confuso quando se percebe que nem todos os cidadãos podem ser Bombeiros Voluntários, e porquê? Porque dizem ser incompatível .
-Mas que incompatibilidade haverá num cidadão efectuar voluntariado na sua área profissional?
- Mas é incompatível um Bombeiro Profissional ser Bombeiro Voluntário e não é incompatível um agente da Policia de Segurança Publica ser Bombeiro Voluntário?
- Mas é incompatível um Bombeiro Profissional ser Bombeiro Voluntário e não é incompatível um guarda da Guarda Nacional Republicana, ou um outro qualquer militar, ser Bombeiro Voluntário?
- Mas é incompatível um Bombeiro Profissional ser Bombeiro Voluntário e não é incompatível um qualquer técnico de um qualquer Serviço Municipal de Protecção Civil ser Bombeiro Voluntário?
- Mas é incompatível um Bombeiro Profissional ser Bombeiro Voluntário e não é incompatível um qualquer técnico de um qualquer Serviço Municipal de Protecção Civil ser elemento de Comando num Corpo de Bombeiros Voluntários?
- Mas é incompatível um Bombeiro Profissional ser Bombeiro Voluntário e não é incompatível um Operador de Telecomunicações de um Centro Distrital de Operações de Socorro ser Bombeiro Voluntário?
- Mas é incompatível um Bombeiro Profissional ser Bombeiro Voluntário e não é incompatível um Presidente de Junta de Freguesia ser Bombeiro Voluntário?
- Mas é incompatível um Bombeiro Profissional ser Bombeiro Voluntário e não é incompatível um Bombeiro Profissional ser Presidente de uma Associação de Bombeiros Voluntários?
- Mas é incompatível um Bombeiro Profissional ser Bombeiro Voluntário e não é incompatível um Bombeiro Profissional fazer parte da Cruz Vermelha Portuguesa?
- Mas é incompatível um Bombeiro Profissional ser Bombeiro Voluntário e não é incompatível um qualquer outro profissional, colaborador, técnico de qualquer entidade, caracterizada como agente de protecção civil, Civil ser Bombeiro Voluntário?
Informar, Alertar, Difundir, Denunciar.
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