Uma fricção entre metais, cuja faísca incendiou vapores de solventes, terá estado na origem da chama inicial que provocou ontem uma forte explosão num depósito da empresa Sapec Química, na Mitrena, Setúbal, apurou o CM junto de fonte policial.
No local estava um trabalhador de 57 anos, que ficou queimado nas costas ao virar-se para se tentar proteger das chamas.
Foi o segundo acidente naquelas instalações industriais no espaço de cinco semanas: na Sapec Agro, a 14 de fevereiro, a queda de um recipiente, com acelerante, de uma prateleira para o chão provocou a queima de toneladas de enxofre e uma nuvem tóxica que levou dezenas ao hospital.
No caso de ontem, o trabalhador estava a colocar um solvente numa tubagem quando viu uma chama, virando-se de costas. Essa chama viajou pelo tubo até ao enorme depósito, que estava vazio mas cujos vapores explodiram fazendo saltar a tampa de cobertura a várias dezenas de metros. De acordo com fonte da Proteção Civil, o depósito era usado para acondicionar isopropanol, um álcool altamente inflamável e levemente tóxico.
A Sapec Química garante que "não há qualquer perigo para o ambiente" e que, apesar do acidente, "cumpre todas as exigências a nível de segurança". O CM tentou obter mais esclarecimentos junto da empresa, mas não teve resposta. A Agência Portuguesa do Ambiente enviou técnicos para o local e garante que não há perigo para as populações. A PJ de Setúbal e a Autoridade para as Condições do Trabalho também investigam.
A explosão ocorreu pelas 11h52 e o incêndio foi dado como extinto pelas 14h00. O rescaldo prolongou-se até à noite.
Fonte: Correio da manhã
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