A "Reforma da Floresta" pode ser boa, mas ainda apresenta muitas lacunas - o diagnóstico é das associações que representam este setor.
Terminou esta semana o período de discussão pública do documento apresentado no final de outubro em Conselho de Ministros. A defesa da floresta, o combate aos incêndios, a coordenação de meios, a criação do banco de terras são algumas das questões que mais dúvidas suscitam.
"Mais responsabilidades e os mesmos meios", "a defesa da floresta continua em segundo plano" - são dois dos principais problemas apontados pela Forestis, Associação Florestal de Portugal.
Rosário Alves defende que deve ser o primeiro-ministro a coordenar a Reforma da Floresta. Sugere que o associativismo deve ter um papel mais ativo e dá como exemplo o banco de terras.
"A nossa proposta vai para que nos locais onde existam associações florestais ou zonas de intervenção florestal, esses territórios sejam geridos por essas organizações e o mesmo poderia acontecer no cadastro".
Ideias partilhadas pela ANEFA - Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente. O presidente, Pedro Serra Ramos, defende que os incêndios não deviam ser um ónus da floresta e teme que a criação do Banco de Terras não seja exequível.
"Só quem nunca fez cadastro é que achará que em dois anos se consegue resolver a situação, quando aparecerem problemas entre vizinhos, perceberão que ou há um tribunal só para resolver estes problemas ou vai ser muito complicado".
Já a Liga dos Bombeiros Portugueses acredita que esta pode ser uma boa lei, mas Jaime Marta Soares está preocupado com a organização do território e teme que haja um atropelo de responsabilidades. "Uma comissão municipal, se o município tiver 30 freguesias, como vão ser coordenadas?".
Contactada pela TSF, a Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais diz que como não foi ouvida na elaboração da Reforma da Floresta, decidiu não participar na consulta pública do documento.
Fonte: TSF
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