Valparaíso enfrenta novamente um incêndio que já devastou grande parte da floresta e destruiu mais de 100 casas. Esta segunda-feira as autoridades foram obrigadas a evacuar centenas de habitantes por precaução.
Um imenso incêndio deflagrou na noite de segunda-feira pela cidade costeira de Valparaíso, no Chile.
Construído sob encostas, esta zona urbana é coberta por vegetação e as suas habitações são estruturas fracas, especialmente nos bairros mais pobres, no topo das colinas.
Em comunicado à imprensa, o subsecretário do Ministério do Interior, Mahmud Aleuy, informou que o fogo já devastou 50 hectares de floresta e danificou mais de 100 casas.
O governador regional Gabriel Aldonev acrescentou que 500 edifícios permanecem em perigo de destruição.
No twitter, a Presidente do Chile Michelle Bachelet garantiu que "todos os protocolos de emergência foram ativados". Mais de 1200 bombeiros e 17 aviões e helicópteros lutam contra a expansão das chamas.
As autoridades foram obrigadas a evacuar centenas de habitantes, após ter sido decretado estado de emergência.
O fornecimento de eletricidade foi cortado por motivos de precaução. Cerca de 48 mil pessoas foram afetadas por esta interrupção elétrica.
"Tem sido um dos piores incêndios da história", disse Fernando Reseio, superintendente do corpo de bombeiros.
Até ao momento ainda não foram registadas mortes mas pelo menos 19 pessoas foram transportados para o hospital de Santiago, com queimaduras graves.
O incêndio começou em Laguna Verde, um local histórico da cidade portuária. Durante a noite as chamas conseguiram alcançar a zona de Playa Ancha, uma área característica pelas suas casas em madeira.
A principal causa do flagelo ainda está por determinar. No entanto, as autoridades informaram que as chamas foram intensificadas por ventos de 30 km/h e por altas temperaturas nos últimos dias.
Histórico de Incêndios
Valparaíso, ou Jóia do Pacifico como é intitulado pela UNESCO, é um dos destinos mais visitados na América do Sul pelas casas coloridas e pitorescas, dispersas pela encosta. Considerada Património Mundial da Humanidade, desde 2003, esta cidade subsiste essencialmente pelo turismo.
O histórico de incêndios tem vindo a concorrer para o decréscimo de receitas económicas e para o aumento de bairros de lata.
Em 2014 o fogo resultou na morte de 15 indivíduos e destruiu milhares de habitações. As chamas regressaram em 2015 forçando, novamente, à evacuação da população. Nesse ano registou-se uma morte.
A propagação dos incêndios tem incitado a debates sobre a ineficiência do planeamento territorial nesta cidade e as medidas adotadas pelo governo para reverter a situação.
Fonte: RTP
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