"Não Adianta Cobrir as Pessoas de Condecorações Depois de Mortas" - VIDA DE BOMBEIRO

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domingo, 8 de janeiro de 2017

"Não Adianta Cobrir as Pessoas de Condecorações Depois de Mortas"


Não adianta cobrir as pessoas de condecorações, prémios e honrarias depois de mortas. Não adianta curvar o esqueleto, em digno respeito, diante de um ser humano após a sua partida deste mundo para o desconhecido. Os agradecimentos são feitos em vida (pelo menos eu penso e faço assim).

É por isso, meus amigos, que desta vez faço aqui uma justa e merecida homenagem ao (permitam-me) nosso amigo José Filipe, humilde camarada de tantas e tantas horas e diferentes “batalhas”.

Tenho o grato gosto e redobrada satisfação de conhecer o Filipe 49 (é assim que o trato) há muitos anos. Percorri com ele os meus primeiros caminhos nos bombeiros, isto depois de com ele já ter ido em peregrinações a Fátima no autocarro que a minha estimada (e saudosa) avó Palmira colocava. Bons tempos!
Acredito que ele não me levará a mal de confessar nestas linhas que é também conhecido por Rambo ou filho do Segundo Comandante. Chamam-lhe o que chamar e podem conhecê-lo pelas mais variadas expressões mas tenham sempre presente que têm nele um parceiro, um camarada para tudo. Tem defeitos? Muitos, como todos nós. Tem, no entanto, virtudes várias que as soube potenciar ao longo dos anos. 

Jamais esquecerei as horas com ele vividas nos bombeiros, os ensinamentos que me deu (como tantos outros brilhantes bombeiros que tive o gosto de privar). Porém, com o Filipe foi sempre diferente. 

O Filipe foi sempre o “gajo” preocupado em ter o carro de combate nos trinques quando fazíamos GPI (antigamente era assim que dizíamos). O Filipe foi sempre o “gajo” que tratava de levar a PlayStation para a malta se divertir quando o fogo dava tréguas. O Filipe era (creio que ainda é) o maior impulsionador da “tainada” no quartel, situação sempre tão válida no estreitar de relações. O Filipe foi um dos primeiros a ajudar o meu pai quando teve um grave acidente que deixou marcas mas, felizmente, deixou o meu pai entre nós. O Filipe foi sempre o “gajo” que aguentava 20 “minutinhos” na porta do Hospital São João quando eu ia fazer os curativos da operação ao coração. No fundo, o Filipe é “o gajo”.

Quase de saída resta-me deixar com todas as letras um sentido OBRIGADO (em caixa alta, como nós chamamos em jornalismo. Alta como a tua capacidade). O Filipe é grande e acredito que existem muitos Filipes por esses corpos de bombeiros fora. Nunca se esquecem de agradecer.

José Bragança

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