O risco de morte dos condutores de tratores agrícolas é oito vezes maior do que dos condutores de veículos ligeiros e pesados. Por outro lado, 2 em cada 3 capotamentos de tratores são mortais. A maioria dessas mortes ocorre em condutores do sexo masculino e com mais de 60 anos de idade.
Essas mortes ficam a dever-se a muitas circunstâncias mas, em larga maioria, devido à inexistência ou não utilização do aro de proteção, conhecido também como “Santo António”, única forma de evitar o capotamento dos veículos.
Por outro lado, chegam a morrer todos os meses seis condutores de tratores agrícolas.
A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários do Cadaval consciente da dimensão trágica dos acidentes com tratores agrícolas no seu concelho e no país, abraçou, por isso, o desafio da realização de um curso de técnicas de elevação de emergência em tratores agrícolas, procurando dotar os participantes com conhecimentos, nomeadamente ao nível do "saber fazer", que em muitas situações poderá significar salvar vidas.
Mercê do trabalho conjunto entre a direção, comando e corpo ativo foi possível estabelecer parcerias com autarquias e empresas locais para viabilizar este projeto, a que acresce ainda a cedência de equipamentos pelas empresas Jacinto Lda e Interfire indispensáveis para assegurar a componente prática das sessões e que permitiram também aos formandos estar a par das últimas novidades do mercado a nível de ferramentas.
A componente pedagógica foi delineada através de uma parceria com a equipa da HR-PT que se dedica a estudar esta temática há algum tempo. Esta formação insere-se num projeto formativo mais vasto e assenta em vários patamares formativos que permitem atingir um conjunto alargado de objetivos pedagógicos delineados num determinado horizonte temporal e desta forma preparar os operacionais para intervirem em segurança em diversos cenários.
A formação decorreu nos dias 3 e 4 de dezembro com a realização de dois cursos de nível I, certificados pela Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Abrantes, entidade certificada pela DGERT, com a duração de oito horas, em que participaram 50 elementos de corpos de bombeiros dos distritos de Lisboa, Leiria, Santarém, Castelo Branco e Porto.
No final, em jeito de balanço ficou evidenciada a necessidade de formação a nível nacional nesta área de intervenção. Foi também consensual a vontade manifestada por todos para que esta formação possa evoluir rapidamente para o Nível II.
LBP
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