Representou o Hospital de São João, no Porto, no júri do concurso em que ajudou a Octapharma a ganhar, de 2000 até hoje, 100 milhões de euros do Estado, pelo fornecimento de plasma sanguíneo aos hospitais públicos.
E, em troca, a empresa deu-lhe duas casas de luxo. Foi por isso que a PJ prendeu esta terça-feira o médico Luís Cunha Ribeiro – a investigação apanhou-lhe ainda largos milhares de euros em contas, pagos por uma empresa de informática da zona do Campo Alegre, no Porto. Há suspeitas de que, nesse caso, recebeu luvas num meganegócio de compra de computadores para o INEM.
Luís Cunha Ribeiro presidiu ao INEM entre 2003 e 2008 – altura em que começou a ser desenhada uma compra de 400 mil euros em tablets, pequenos computadores portáteis. Foi ainda fechado um negócio com vista à informatização das Viaturas Médicas de Emergência e Reanimação. Estes contratos foram adjudicados, o Estado pagou-os, só que depois não foram cumpridos.
Foi detetado o rasto de milhares de euros suspeitos nas contas de Cunha Ribeiro em Portugal; e há ainda indícios de que movimenta fortunas no estrangeiro. A investigação da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ, com o DIAP de Lisboa, incide ainda sobre Luís Meira, atual presidente do INEM, e José Mestre, um vogal da direção.
Para já não são arguidos, mas o CM sabe que a PJ, na operação de ontem, apreendeu ao atual líder do INEM o computador de trabalho. E as suspeitas de ligações promíscuas e de participação ilícita nos negócios milionários da saúde estendem-se a Nelson Pereira, ex-diretor de serviços do INEM que saiu para se associar a Lalanda de Castro, patrão da Octapharma, no negócio da ILS.
Fonte: CM
Sem comentários:
Enviar um comentário