Ex-presidente do INEM Preso por Corrupção na "Máfia do Sangue" - VIDA DE BOMBEIRO

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terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Ex-presidente do INEM Preso por Corrupção na "Máfia do Sangue"



Luís Cunha Ribeiro, médico que chegou a presidente do INEM e mais recentemente da Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo, é um dos responsáveis de Saúde que estão a ser detidos esta manhã pela Polícia Judiciária, sob suspeita de corrupção no caso conhecido por 'máfia do sangue', apurou o CM. 

Cunha Ribeiro, depois de ter feito parte do júri do concurso que, em 2000, entregou à farmacêutica Octapharma o monopólio do negócio milionário da venda do plasma sanguíneo aos hospitais públicos portugueses, passou os últimos 16 anos a beneficiar dessa e de outras decisões - corrompido pela empresa de Lalanda de Castro, ex-patrão de José Sócrates, com dois apartamentos de luxo: um, precisamente no prédio onde também vivia o ex-primeiro-ministro, no edifício Heron Castilho, em Lisboa; outro, um duplex na alameda Eça de Queirós, no Porto. 

Ambas as casas eram propriedade da Convida, sociedade imobiliária de Lalanda de Castro, sendo que em relação à primeira terá sido simulado um contrato de arrendamento a Cunha Ribeiro, que na prática nada pagou enquanto lá viveu, anos a fio; e, quanto à segunda, o antigo líder do INEM 'comprou-a' à Convida por valores muito abaixo do mercado. Cunha Ribeiro é assim o principal alvo desta operação da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ, mas há outros envolvidos, sabe o CM - que estão igualmente a ser detidos ou alvo de buscas. 

A operação, depois de mais de um ano de investigação coordenada no DIAP de Lisboa, passa também por buscas ao Ministério da Saúde, à sede do INEM, à ARS de Lisboa e por exemplo ao Hospital de São João, no Porto, em representação do qual Cunha Ribeiro fez parte do concurso cujo júri beneficiou a Octapharma. 

O polémico negócio do sangue, recorde-se, passa pelo não aproveitamento, em Portugal, do plasma sanguíneo dos quase 500 mil dadores benévolos, anónimos e voluntários. Em vez disso, os hospitais portugueses são obrigados, por contrato, a comprar à Octapharma, por milhões de euros por ano, aquele componente do sangue obtido noutros países - e que visa salvar vidas de hemofílicos, queimados e vítimas de VIH ou de cancro.

Fonte: CM

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