Cláudia Silva, bombeira de 35 anos, conseguiu evitar a cadeia nos últimos dois, com recursos até ao Supremo Tribunal de Justiça.
Tinha sido condenada a 18 anos pela morte da filha bebé enquanto cúmplice do marido, que mergulhou a criança na banheira com água a ferver, em Lisboa, em 2014. Ele, em prisão preventiva, já cumpria 25 anos; mas Cláudia contestou a pena, mantida pelo Tribunal da Relação e, agora, por juízes do Supremo. A mãe homicida já está na prisão de Tires. Os juízes apontam sobretudo a atitude passiva da mãe, que mesmo sabendo que a filha de apenas quatro meses tinha sido mergulhada em água a ferver não chamou os meios de socorro.
A criança esteve nove horas em agonia até entrar em paragem cardiorrespiratória. O crime ocorreu em agosto de 2014 em Marvila, Lisboa. As queimaduras deixaram a criança com cinquenta por cento do corpo queimado e com partes da pele a boiar na banheira. Enquanto a filha gemia com dores, a mãe foi comprar carne, espumante e vinho. Os juízes entendem que, durante este tempo em que esteve fora de casa, a mãe podia e tinha a obrigação de ter alertado a PSP e os bombeiros – Cláudia Silva justificou que tinha medo do marido por ser vítima de constantes agressões dentro de casa.
Em vez de usar o telemóvel para pedir ajuda, trocou várias mensagens de cariz sexual com o marido, Emanuel Mário, que não parava de torturar a bebé. O homem, que cumpre a pena máxima pela morte da filha, voltou a pôr a bebé na banheira, dessa vez com água fria, vinho tinto e sal. A bebé gritava de dores e morreu. A par do homicídio qualificado, o casal foi condenado por maus-tratos sobre outro filho, de três anos, que um mês antes da morte da pequena Leonor foi circuncidado com uma tesoura da costura. O menino foi entretanto adotado por uma família de acolhimento.
Fonte: CM
Sem comentários:
Enviar um comentário