Os Bombeiros Municipais de Alcanena celebraram a 23 de outubro, domingo, os seus 76 anos (data oficial a 18 de outubro), na presença de várias entidades e representantes distritais da Proteção Civil, Liga dos Bombeiros Portugueses e Federação dos Bombeiros de Santarém. Um momento que serviu para lembrar um verão quente e marcado pelos incêndios, onde não faltou a crítica à comunicação social e aos que culpam a ação dos Bombeiros. A presidente da Câmara, Fernanda Asseiceira, defendeu uma maior profissionalização das corporações, adquirindo as características das que funcionam com gestão municipal.
As celebrações iniciaram com a bênção de dois novos veículos: uma ambulância oferecida pela Câmara de Alcanena e um carro de transporte da parte de um empresário local, Vítor Mira. Também presente na ocasião, uma delegação do município do Sal (Cabo Verde), com quem Alcanena mantém uma geminação, recebeu da parte dos Bombeiros uma ambulância. Segundo explicou o Comandante dos Bombeiros Municipais, Jorge Frazão, o veículo encontra-se em “bom estado”, mas já não cumpre a legislação do INEM para as ambulâncias.
Seguiu-se a sessão solene do Cine-Teatro São Pedro, com um conjunto de promoções e condecorações a vários elementos da corporação. A surpresa partiu da Liga dos Bombeiros Portugueses, que atribuiu o crachá de ouro ao estandarte dos Bombeiros de Alcanena, ao Comandante Jorge Frazão e ainda uma medalha à presidente da Câmara de Alcanena.
No momento dos discursos, o Comandante Jorge Frazão salientou a necessidade de se realizar mais formação para Tripulantes de Ambulância de Socorro (TAS). Já Carlos Gonçalves, da Federação de Bombeiros e Santarém, referiu que “existe muito trabalho a fazer pelos incêndios florestais”, nomeadamente na “prevenção e vigilância”. Para o responsável, um dos grandes desafios atuais é o voluntariado, uma vez que muitos interessados não conseguem conjugar a atividade nos Bombeiros com a vida profissional. Apelava assim a uma maior análise sobre o tema na legislação, pois “o voluntariado ainda representa muita da atividade de socorro do país”.
Mas o discurso mais forte partiu de Mário Silvestre, comandante distrital da Proteção Civil, que não poupou críticas a quem desvirtua e coloca em causa o trabalho desenvolvido no terreno pelos Bombeiros, sobretudo num ano em que o requisito de maiores meios e recursos se concentrou todo na fase Charlie (julho a setembro, houve mais 25% de ocorrências que em 2015).
Explicando que as prioridades dos Bombeiros são, por esta ordem, “Pessoas, Património e Floresta”, constatou que o público e os meios de comunicação social apenas se focam na terceira prioridade, esquecendo o restante trabalho destes profissionais (arderam durante o verão cerca de 4 mil hectares de terreno no distrito).
“Haverá coisas que terão corrido mal, em termos de estratégia, mas é assim que aprendemos”, também comentaria o Comandante Adelino Gomes, da Liga dos Bombeiros Portugueses.
Por fim, Fernanda Asseiceira não se alongou, lembrando apenas o investimento que tem sido feito nos Bombeiros Municipais, mesmo em tempo de crise, com equipamentos e outros recursos.
“É possível fazer muita coisas quando as pessoas dão as mãos e têm um objetivo em comum”, frisou. A autarca defenderia ainda a profissionalização das corporações dos Bombeiros, adquirindo estes as características dos Bombeiros Municipais.
O município tem atualmente 12 Bombeiros a tempo inteiro no seu quadro de pessoal.
Fonte: Medio Tejo
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